Presença dos frigoríficos movimenta mercado de carne suína no Brasil

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     Porto Alegre, 10 de junho de 2022 – O ambiente de negócios envolvendo o suíno vivo vem apresentando boa fluidez, com frigoríficos ativos, avaliando o avanço da reposição e buscando o ajuste de estoques. A avaliação é do consultor de SAFRAS & Mercado, Allan Maia.

      “O poder de barganha dos suinocultores independentes melhorou. Contudo, os preços do vivo ainda estão longe de permitir o retorno dos lucros, considerando ainda que o custo de produção permanece em patamar elevado”, explica o analista.

      A perspectiva para o consumo ainda é positiva, devido à capitalização das famílias e pela grande atratividade dos cortes suínos frente aos concorrentes, principalmente a carne bovina. Segundo Maia, as temperaturas amenas também podem ajudar o consumo.

     “O ponto de atenção é que o quadro da disponibilidade de carne suína tende a seguir complicada ao longo dos próximos meses e o cenário de custos e prejuízos pode levar uma parcela dos suinocultores a acelerarem as vendas”, ressalta.

     O escoamento da carne suína neste momento está aquecido pelo baixo preço, deste modo, altas fortes podem levar a migração para produtos substitutos, como o ovo e os cortes de frango, e resultar em elevação de estoques.

     Abates

     No 1o trimestre de 2022, foram abatidas 13,64 milhões de cabeças de suínos, com aumentos de 7,2% em relação ao mesmo período de 2021 e de 1,5% na comparação com o 4 trimestre de 2021.

     Foram registrados os melhores resultados do abate de suínos para os meses de janeiro, fevereiro e março, resultando no melhor 1 trimestre da série histórica desde que a pesquisa foi iniciada, em 1997.

     O abate de 920,43 mil cabeças de suínos a mais no 1 trimestre de 2022, em relação ao mesmo período de 2021, foi impulsionado por aumentos em 19 das 25 unidades da federação investigadas. Os aumentos ocorreram no Paraná (+229,39 mil), Santa Catarina (+176,92 mil), Rio Grande do Sul (+157,81 mil), São Paulo (+143,33 mil), Minas Gerais (+120,18 mil), Mato Grosso do Sul (+26,64 mil) e Goiás (+18,42 mil). Já a queda mais expressiva ocorreu em Mato Grosso (-5,04 mil).

     No ranking das UFs, Santa Catarina continua liderando o abate de suínos, com 28,1% da participação nacional, seguido por Paraná (20,5%) e Rio Grande do Sul (17,4%).

     Dylan Della Pasqua (dylan@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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