Preocupações com qualidade e início da colheita da segunda safra marcam o mercado de feijão em março

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Porto Alegre, 15 de março de 2024 – O mercado brasileiro de feijão focou na qualidade dos grãos ao longo de março. A maior preocupação foi em relação a produtos comparados aos padrões comerciais, que tiveram diferença de mais de R$ 100 por saca em relação ao produto extra. Segundo o analista e consultor de Safras & Mercado, Evandro Oliveira, a disparidade foi refletida nos preços, com valores mais elevados para os feijões de melhor qualidade e uma pressão constante sobre os inferiores.

Outro ponto central de atenção durante o mês, conforme o analista, foi a iminência da segunda safra. “O início das colheitas em áreas pontuais deve ampliar a pressão de baixa diante do aumento da oferta nas próximas semanas”, explicou.

De acordo com Oliveira, a demanda foi consideravelmente retraída em março, com os compradores demonstrando pouco interesse em adquirir grandes volumes.

“A relutância em se comprometer com compras contribuiu para uma liquidez mínima no mercado, com um impacto direto nas cotações. Eles [os compradores] parecem estar aguardando valores ainda mais atrativos no início de abril para recompor seus estoques”, afirmou.

Semana encurtada

Nesta semana encurtada pelo feriado da Sexta-feira Santa, o mercado de carioca foi marcado pela relativa estabilidade dos preços, apesar de um volume razoável de novas ofertas. O analista relatou cerca de 25 mil sacas sendo disponibilizadas, das quais aproximadamente 6 mil foram compradas.

“Nos primeiros dias, o movimento foi relativamente normal, mas a demanda foi fraca, especialmente para o feijão carioca extra de alta qualidade. Embora tenham sido oferecidas amostras para embarque, poucos negócios foram concretizados”, destacou.

Já o feijão preto teve um aumento no volume de ofertas, tanto na capital paulista quanto nas zonas produtoras do país, resultando em uma queda expressiva dos preços da variedade. Aproximadamente 3,5 mil sacas foram disponibilizadas durante as madrugadas, no entanto, não houve negócios efetivamente concretizados.

As cotações sugeridas inicialmente variaram entre R$ 280,00 e R$ 320,00 por saca, dependendo da qualidade do produto. Os feijões extra continuaram sendo ofertados na faixa de R$ 320,00 por saca, enquanto as ofertas para feijões comerciais variaram entre R$ 270,00 e R$ 280,00 por saca.

Oliveira completou destacando que com o início dos trabalhos de colheita no Paraná, espera-se que a pressão sobre as cotações da variedade aumente nas próximas semanas. Na região de Guarapuava (PR), as indicações nominais situam-se na faixa de R$ 240,00 a R$ 280,00 por saca de 60 quilos. Já em Lagoa Vermelha, no Rio Grande do Sul, as indicações nominais variam entre R$ 280,00 e R$ 320,00 por saca.

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Ritiele Rodrigues (ritiele.rodrigues@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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