A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, afirmou que ainda é “prematuro” assinar o acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul. Isso frustra as expectativas de que o pacto pudesse ser finalizado nos próximos dias.
A declaração representa um revés para a Comissão Europeia, já que a presidente Ursula von der Leyen deve vir ao Brasil para formalizar o acordo. Vale lembrar que a proposta vem sendo negociada ao longo de 25 anos com Argentina, Bolívia, Brasil, Paraguai e Uruguai.
Meloni se alinhou à França ao defender o adiamento da aprovação do tratado, citando preocupações específicas com o impacto sobre os agricultores italianos. Segundo ela, o acordo só deve avançar após a conclusão de um pacote adicional de medidas com a Comissão Europeia para proteger o setor agrícola.
Dessa forma, isso garantiria reciprocidade e condições justas de concorrência. Outros países, como a Polônia, também se opõem ao texto atual.
Alemanha, Espanha e países nórdicos defendem o acordo como forma de impulsionar exportações afetadas por tarifas dos EUA e reduzir a dependência da China. Já o partido de Meloni considera insuficientes os controles propostos sobre importações agrícolas.
Ainda assim, a primeira-ministra afirmou que a Itália não pretende bloquear o acordo e disse estar confiante de que, no início do próximo ano, haverá as condições necessárias para atender ao acordo.

