Preços internacionais do açúcar subiram com força em junho, seguindo petróleo

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    Porto Alegre, 03 de julho de 2020 – Os preços internacionais do açúcar voltaram a subir com força em junho, estendendo os ganhos de maio. Os contratos com entrega em outubro do açúcar bruto negociados em Nova York fecharam a sessão do dia 30 de junho a 11,96 centavos de dólar por libra-peso, alta de 9% em relação à última cotação de maio (10,97 centavos de dólar por libra-peso no dia 29).

    Com a posição outubro superando importantes resistências e voltando a operar acima da linha de 12 centavos de dólar por libra-peso na última semana de junho, stops de fundos foram acionados, intensificando a valorização.

     Com o óleo mais caro, crescem as chances de o etanol voltar a ser mais atrativo para as usinas do Brasil, principalmente, e também em outras origens, como a Índia, o que poderia diminuir a oferta do açúcar no longo prazo.

   No acumulado do ano, no entanto, os futuros do açúcar ainda acumulam uma expressiva queda, na ordem de 14%, pressionados pelo quadro de excesso de oferta global, com os principais países produtores (notadamente Brasil, Índia e Tailândia) sinalizando recuperação nos níveis de produção em 2020/21 e levando o mercado internacional a voltar a uma situação de excesso de oferta após um breve alívio em 2019/20.

Exportação brasileira quase dobrou em junho

     A receita diária média obtida com as exportações brasileiras de açúcar e outros melaços em junho foi de US$ 38,697 milhões (21 dias úteis). Já o volume médio diário de exportações chegou a 143,081 mil toneladas. Foram exportadas 3.004.695,6 toneladas de açúcar no período, com receita total de US$ 812,654 milhões e um preço médio de US$ 270,50 por tonelada.

   Na comparação com a média diária de junho de 2019, de US$ 23,699 milhões, verificou-se alta de 63,29% no valor obtido diariamente pelas exportações de açúcar na média acumulada de junho. Em volume, houve crescimento de 76,54%, ante as 81,046 mil toneladas diariamente embarcadas em junho de 2019. Porém, o preço médio caiu 7,51%, ante os US$ 292,40 por tonelada verificados em junho de 2019.

      O volume total de açúcar embarcado em junho quase dobrou (+95%) ante as 1,540 milhão de toneladas exportadas em no mesmo de 2019. Já a receita cresceu 80,5%, na comparação com os US$ 450 milhões obtidos com as vendas externas de açúcar em junho de 2019. Os dados partem da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).

      Fábio Rübenich (fabio@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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