Porto Alegre, 4 de março de 2022 – O mercado brasileiro de arroz mostrou muita força no mês de fevereiro. Na média do Rio Grande do Sul, principal referencial nacional, a saca de 50 quilos do cereal em casca encerrou o dia 3 de março cotada a R$ 74,21, alta de 10,74% frente ao mesmo período do mês anterior.
Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Gabriel Viana, a disputa entre as indústrias gaúchas e de fora do estado, mais as tradings, é por arroz de melhor qualidade da safra antiga, acima dos 58% de inteiros. “Os primeiros resultados de grandes lavouras colhidas indicam um percentual bem mais alto de quebrados do que o normal por interferência negativa do clima na formação dos grãos”, explica.
Tradings não estão conseguindo adquirir produto abaixo de R$ 77/78,00 na Fronteira Oeste e, mesmo regiões que costumam ter cotações mais fracas, contaram com elevações importantes nas últimas semanas.
Há uma menor oferta disponível, devido ao período de entressafra e à postura defensiva por parte dos vendedores. E a demanda têm crescido, principalmente nos portos. “No lineup, a programação de embarques nos portos brasileiros, os registros de exportação indicam que em fevereiro o porto de Rio Grande deve exportar pelo menos 177 mil toneladas de arroz”, relata Viana.
Os volumes de exportação devem seguir se elevando nos próximos meses com o avanço da colheita no Rio Grande do Sul e normalização (ou elevação) da disponibilidade de containers. “Com isso, devemos ter uma temporada em que os preços se estabilizem entre os meses de março e abril, voltando a subir, em ritmo lento, nos meses seguintes e ganhando força no segundo semestre”, espera o analista.
Rodrigo Ramos/ Agência SAFRAS
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