Segundo o relatório mais recente do Commodity Markets Outlook do Banco Mundial, a queda nos preços globais das commodities deve atingir o menor nível da década até 2026. Esse recuo está sendo impulsionado por uma combinação de crescimento econômico fraco e oferta abundante de petróleo. A expectativa é de que os preços caiam 12% em 2025 e mais 5% em 2026. Apesar de, em termos nominais, os preços ainda estarem acima dos níveis pré-pandemia, ajustados pela inflação, devem ficar abaixo da média de 2015 a 2019, encerrando o ciclo de alta iniciado com a recuperação pós-Covid e a guerra na Ucrânia.
A volatilidade dos preços das commodities tem sido a mais alta em mais de 50 anos, superando qualquer outra década desde os anos 1970. Esse cenário de instabilidade, causado por tensões comerciais, conflitos geopolíticos e choques climáticos, ameaça os países em desenvolvimento, especialmente os exportadores de commodities. Indermit Gill, economista-chefe do Banco Mundial, destaca que essas economias precisam restaurar a disciplina fiscal, atrair capital privado e liberalizar o comércio para enfrentarem esse novo ambiente.
Os preços da energia, especialmente do petróleo e carvão, vêm caindo desde 2023, contribuindo para a redução da inflação global. A tendência deve se intensificar, com o petróleo Brent previsto para atingir US$ 64 por barril em 2025 e US$ 60 em 2026. A queda na demanda, influenciada pelo crescimento dos veículos elétricos, principalmente na China, deve manter a oferta acima da demanda nos próximos anos. A desaceleração no consumo de carvão também contribui para o recuo nos preços.
Além da energia, os preços dos alimentos devem cair 7% em 2025 e 1% em 2026, o que pode aliviar pressões em regiões com insegurança alimentar aguda. No entanto, conflitos continuam sendo a principal causa da fome extrema. Já o ouro deve atingir um preço recorde em 2025, impulsionado por incertezas políticas e geopolíticas, enquanto os metais industriais tendem a desvalorizar diante da fraca demanda global. O relatório alerta ainda que os ciclos de alta e baixa das commodities estão se tornando mais intensos e curtos, exigindo maior resiliência dos países em desenvolvimento.
