Porto Alegre, 18 de fevereiro de 2022 – O mercado brasileiro de arroz voltou a mostrar força na terceira semana de fevereiro. Na média do Rio Grande do Sul, principal referencial nacional, a saca de 50 quilos do casca encerrou cotada a R$ 72,96 no dia 17, alta de 5,19% em relação a semana passada. Também era 17,04% mais alto frente ao mesmo período do mês anterior, mas 18,06% inferior quando comparado ao mesmo período do ano passado. O cenário de menor oferta interna, com produtores retraídos e o avanço das exportações, traz suporte aos preços.
Segundo Élcio Bento, consultor de SAFRAS & Mercado, que participou da Abertura Oficial da Colheita, é necessário que o produtor olhe para o mercado pela perspectiva da dinâmica de formação de preço, mas de uma forma racional. “No Brasil, o preço internacional, o câmbio e o abastecimento interno interferem na formação de preço”, disse. Segundo o consultor, estamos em um momento de distorção. “Sempre que isto ocorre, a safra seguinte apresenta uma retomada dos preços de acordo com a sazonalidade, ou seja, conforme se viu nos últimos 27 anos, a menor cotação ocorre em março e os maiores preços em janeiro”, observou.
Bento ainda alertou que não falta arroz no mundo e que há 16 países superavitários no grão, entre eles o Brasil, contra 87 deficitários. “A China estava entre os superavitários até a temporada anterior e hoje se encontra entre os deficitários, e o maior fornecedor global de arroz é a Índia”, afirmou.
Já sobre o maior concorrente do país, os Estados Unidos, Bento ressaltou que o cenário atual indica que falta arroz naquele país. Além disso, o superávit da América do Norte não é suficiente para abastecer a América Central e o Caribe. E concluiu dizendo que o arroz brasileiro pode estar subvalorizado quando se olha para o mercado internacional, mas que por conta da sazonalidade, o preço pode voltar para R$ 78,00 a saca, após uma queda para R$ 60,00 a saca.
Rodrigo Ramos/ Agência SAFRAS
Copyright 2022 – Grupo CMA