Com uma produção estimada em 2,715 milhões de toneladas (pluma) e um consumo interno de 640 mil toneladas, a necessidade de escoar um montante superior a 2 milhões de toneladas ao exterior faz com que o balizamento dos preços domésticos tenha como referência a paridade de exportação.
“Em tese, o ponto de suporte para as cotações no país é aquele a partir do qual a venda aos compradores estrangeiros é mais interessante que vender à indústria local. Na atual temporada, a pandemia do Covid-19 distorceu essa realidade de formação de preços. Sem pressão de compra interna – devido às medidas de isolamento social que fecharam fábricas e lojas – e com uma produção cheia ingressando, o produto nacional passou a ser um dos mais acessível no mercado global. No cenário externo, as aquisições da China estavam voltadas para o mercado norte-americano visando o cumprimento do acordo comercial’, explica o analista de SAFRAS & Mercado, Élcio Bento.
Quando as fiações nacionais retornaram às operações já haviam comercializado praticamente todos os seus estoques e precisaram ingressar no mercado de forma mais ativa. Assim, o basis de Santos em relação à Nova York, que em meados de setembro chegou a ser negativo 8 c/lb, no final desta quarta semana de novembro estava positivo em 1,1 c/lb. Isso mostra o mercado ajustado à paridade de exportação.
“Os compradores nacionais seguem ativos no mercado. Porém mostram ceticismo quanto a alongar os estoques nos atuais patamares de preços. Isso porque, mesmo tendo a necessidade de repor os estoques que foram consumidos no período em que o isolamento social obrigou as máquinas a pararem ou operarem de forma parcial, ainda é difícil saber quando haverá uma retomada mais consistente da demanda no varejo”, completa o analista.
Dylan Della Pasqua (dylan@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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