Porto Alegre, 28 de junho de 2024 – O mercado brasileiro de trigo encerrou junho com altas expressivas nos referenciais de preços. No Paraná, a indicação média no FOB interior fechou em R$ 1.653/tonelada. Nas regiões de produção do Rio Grande do Sul, a R$ 1.525/tonelada. A valorização acumulada durante o mês em ambos os estados foi de 8,5%.
Segundo o analista de Safras & Mercado, Elcio Bento, essa alta das cotações decorre da baixa disponibilidade interna e do custo de importação elevado. “Em relação ao primeiro fator, moinhos com necessidade imediata encontram um produtor inflexível em relação às pedidas. As incertezas climáticas corroboram esse posicionamento. No Paraná, o clima seco no Norte/Sudoeste, onde entram os primeiros trigos, faz com que o comprador busque alongar os estoques. No Rio Grande do Sul, o excesso de umidade e o atraso do plantio estão no radar”, explicou.
O ritmo dos negócios, em geral, foi baixo durante o mês. “Exceção feita para momentos pontuais, como o que ocorreu no Paraná, onde produtores precisaram vender trigo para abrir espaço para acomodar milho safrinha. A alta volatilidade das variáveis formadoras de preços justificam essa postura”, disse.
A principal referência internacional para trigo hard (a Bolsa de Kansas), durante o tombo mensal, oscilou mais de 21% entre a máxima e a mínima. O dólar comercial, em uma escalada intensa de alta, teve uma amplitude mensal das cotações superior a 7%. Conforme Bento, qualquer tomada de decisão nesse ambiente de total volatilidade se torna arriscado.
“Para o mês de julho o mercado interno de trigo deve apresentar menor volatilidade. As atenções seguirão voltadas para a evolução da safra brasileira e para o comportamento do câmbio e dos preços internacionais”, projetou o analista.
Gabriel Nascimento (gabriel.antunes@safras.com.br) / Safras News
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