Porto Alegre, 4 de dezembro de 2020 – O mercado brasileiro de trigo segue tentando buscar um novo ponto de equilíbrio depois de ter atingido níveis recorde entre outubro e novembro. Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Élcio Bento, a recente queda do dólar serve como fator de pressão. Porém, o fato de cerca de 70% da safra paranaense já ter sido negociada e de que, no Rio Grande do Sul, uma boa parte saiu na exportação, não deixa espaço para maiores recuos.
“Sabendo que o mercado está em um dos momentos de maior oferta da temporada e da costumeira redução da demanda do período de final de ano, quando algumas indústrias entram em férias coletivas, os compradores seguem na defensiva. Quando se olham os níveis de paridade de importação, contudo, ainda não há motivos para uma manutenção da atual pressão de baixa. Além disso, o produtor precisa considerar que, aos preços atuais, ainda consegue uma margem de rentabilidade bastante interessante”, analisou.
No mercado paranaense a base de compra segue por volta de R$ 1300,00/t, com a pedida dos vendedores a R$ 1.400/t. Reportes de negócios pontuais para fevereiro/2021 a R$ 1.400/t no Paraná e a R$ 1.300/t no Rio Grande do Sul. A base de compra no FOB do mercado gaúcho está por volta de R$ 1.250/t, com vendedores indicando entre R$ 1280,00 e R$ 1.300/t.
Rio Grande do Sul
A colheita do trigo atinge 99% da área no Rio Grande do Sul. O avanço semanal foi de 1 ponto percentual. Em igual período do ano passado, os trabalhos chegavam a 99%. A média dos últimos cinco anos é de 98%.
A ocorrência de chuvas com distribuição desuniforme e volumes variados no estado não atrapalhou o avanço das colheitas em fase de finalização nas regiões de Bagé, Pelotas e Caxias do Sul.
Argentina
A colheita de trigo atinge 39,9% da área na Argentina. Segundo boletim semanal da Bolsa de Cereais de Buenos Aires, os trabalhos avançaram 9 pontos percentuais na semana e estão 6,1 pontos atrasados em relação ao ano passado. A Bolsa projeta a produção em 16,8 milhões de toneladas. Em números absolutos, foram recolhidas 3,982 milhões de toneladas ao longo de 2,462 milhões de hectares.
Na última semana, diminuiu o percentual de lavouras em déficit hídrico e em más condições. Conforme o documento, 21% das lavouras estão em situação de regular a ruim. Na semana passada, eram 27%. Em igual período do ano passado, 23% da área estava nessa situação. As lavouras com condição de excelente a boa passaram de 26% a 29%.
Nesta semana, 19% das lavouras estão em situação de déficit hídrico. Na semana passada, eram 23% e, no ano passado, 11%. A área fica em 6,5 milhões de hectares.
Gabriel Nascimento (gabriel.antunes@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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