Porto Alegre, 12 de novembro de 2021 – O mercado brasileiro de milho teve mais uma semana de quedas nas cotações. A oferta crescente nas regiões produtoras mantém os preços sob pressão e vem ocorrendo baixas graduais nos estados de acordo com o incremento da disponibilidade do milho.
A decisão de venda do produtor mantém o mercado pressionado, como aponta o consultor de SAFRAS & Mercado, Paulo Molinari. Ele indica que os produtores estão incrementando a oferta no mercado por necessidade de caixa para compra de insumos, com as empresas exigindo pagamento à vista. Além disso, vendem mais para desocupar os armazéns com vistas à chegada da safra de verão.
Em palestra na segunda edição da SAFRAS Agri Week, evento 100% on line que ocorreu entre 09 e 11 de novembro, Molinari indicou a tendência de preços mais baixos em 2022, bem diferentes dos recordes de 2021, que teve quebra da safrinha e demanda muito forte. “Para melhorar, precisamos da bolsa de Chicago subindo, com uma quebra futura da safra americana ou do dólar explodindo por causa do processo eleitoral”, indicou. Estima preço entre R$ 60,00 a R$ 70,00 a saca no período da safrinha, salvo uma quebra da safra americana ou dólar reagindo. Com as chuvas favoráveis à safra de verão e à safrinha, pode haver uma entrada da safrinha mais cedo em 2022, em junho.
Molinari estima uma safrinha entre 80 a 84 milhões de toneladas em 2022. “O preço para a safrinha 2022 vai depender do preço para exportação. Precisamos exportar muito para salvar o preço no Brasil”, afirmou. “Quem está derrubando o preço é o produtor, liberando armazéns e precisando de dinheiro para os insumos”, afirmou.
No balanço dos últimos sete dias, entres as quintas-feiras 04 e 11 de novembro, o milho em Campinas/CIF na venda caiu de R$ 88,00 para R$ 84,00 a saca, baixa de 4,55%. Na região Mogiana paulista, o cereal na venda recuou de R$ 84,00 para R$ 82,00 a saca, declínio de 2,4%.
Em Cascavel, no Paraná, no comparativo semanal, o preço baixou de R$ 89,00 para R$ 85,50 a saca, queda de 3,9%. Em Rondonópolis, Mato Grosso, a cotação passou de 75,00 a saca para R$ 76,00 (+1,3%), representando uma exceção. Já em Erechim, Rio Grande do Sul, o valor caiu de R$ 91,00 para R$ 88,00 a saca, queda de 3,3%.
Em Uberlândia, Minas Gerais, a cotação caiu de R$ 87,00 a saca para R$ 85,00 (-2,3%). E em Rio Verde, Goiás, o mercado passou de R$ 81,00 para R$ 75,00, baixa de 7,4%.
Lessandro Carvalho (lessandro@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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