Porto Alegre, 30 de dezembro de 2020 – O mercado brasileiro de milho deve manter preços elevados no primeiro semestre de 2021. A oferta tende a seguir apertada, com a demanda forte devendo continuar trazendo pressão de alta. O mercado dependerá em 2021 das vacinas para o coronavírus e do tamanho da segunda safra (safrinha).
Segundo o consultor de SAFRAS & Mercado, Paulo Molinari, 2021 abre com a esperança das vacinas. “E isto é a diferença entre mais um ano difícil para a economia ou um ano de crescimento econômico. As economias vivem um momento de alta liquidez. Um corte na pandemia poderia gerar surtos de demanda acentuados e gerar altas de preços nas commodities”, adverte.
Para o consultor, o Brasil terá um difícil primeiro semestre de 2021. “A safra de verão pequena e a demanda ainda forte devem provocar preços ainda altos e parece um inevitável caminho as importações no primeiro semestre”, diz.
O país deve plantar novamente uma safrinha recorde em área. Molinari diz que a dúvida é sempre o quadro climático. Mas o Brasil poderá colher novamente uma grande safrinha. “Uma safrinha normal nos coloca com os preços de mercado interno novamente na paridade de exportação. Precisaremos exportar 30 a 35 milhões de toneladas novamente em 2021. Entre o primeiro e o segundo semestre, portanto, saímos de uma escassez preocupante para um excesso de oferta interna”, avalia.
Assim, em 2021, o mercado dependerá do clima para a safrinha, do perfil da safra norte-americana, do fluxo de exportações e das decisões de comercialização pelo produtor. Esses fatores devem impactar na formação dos preços no ano, lembra Molinari.
Molinari conclui que os preços para o primeiro semestre já são bastante favoráveis aos produtores de milho. “Para a safrinha dependeremos de outros indicadores, mas também serão cotações saudáveis e acima de 2020”, acredita.
Lessandro Carvalho (lessandro@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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