Preços do milho caíram em outubro no Brasil com melhora na oferta

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     Porto Alegre, 29 de outubro de 2021 – O mercado brasileiro de milho teve um mês de outubro de preços mais baixos. As cotações caíram diante da melhora na oferta, com os compradores mostrando um melhor posicionamento em seu abastecimento e estando mais retraídos. Assim, o mês foi de lentidão nos negócios e de graduais declínios nos preços.

     Segundo o consultor de SAFRAS & Mercado, Paulo Molinari, o mercado interno brasileiro segue ignorando qualquer variável adicional problemática que possa surgir mais à frente na oferta, bem como o que já ocorreu com o mercado nacional em 2021. “Após um ano de preços recordes internos, o mercado parece agora somente pensar em reacomodação de preços e custos e levar o ambiente de preços para a paridade de exportação ou abaixo dela, mesmo que isto implique em novas consequências de curto prazo” diz.

     Por um lado, comenta Molinari, uma parte do mercado consumidor voltou às compras, juntamente com os exportadores. Por outro, parece que os produtores preferem deixar mais soja nos armazéns do que milho e continuam vendendo milho e aceitando preços semanalmente mais baixos. “O risco está em novo ajuste de oferta e demanda a partir de uma exportação saltando rapidamente para novembro a janeiro. A safra de verão até o momento vai bem, mas como ter alguma segurança de produção em ano de La Nina?”, adverte. “A safrinha 2022 desenha um plantio em boa janela, o que traz uma certa segurança antecipada. Ao que tudo indica, as exportações voltam a comandar o mercado interno”, avalia.

     O mercado brasileiro tem baixas antecipadas por ação de venda pelos produtores, indica Molinari. Houve poucas vendas em julho e agosto em meio às definições da safrinha e, agora, com as chuvas chegando às regiões produtoras brasileiras, os produtores parecem mais propensos a vender a parcela de estoques de segurança. “Além disso, os custos para a safrinha 2022 subiram acentuadamente, principalmente pelo segmento de fertilizantes. Um gasto adicional que exige mais fixação de milho para a compra de insumos. Como os produtores parecem dispostos a não vender tanta soja dos seus estoques ainda, acabam pressionando a venda de milho”, pondera o consultor. “Desta forma, não podemos dizer que são os consumidores que estão baixando preços do milho neste momento, mas a constante intenção de venda e aceitando preços mais baixos acelera esta curva em mais uma semana de baixas regionais”, afirma.

     No mercado disponível ao produtor, o preço do milho em Campinas/CIF caiu na base de venda em outubro, até esta quinta-feira (28), de R$ 94,50 a saca para R$ 87,50, baixa de 7,4%. Na região Mogiana paulista, o cereal caiu no comparativo de R$ 93,00 para R$ 84,00 a saca, queda de 9,7%.

     Em Cascavel, no Paraná, no comparativo mensal de outubro, o preço caiu de R$ 94,00 para R$ 89,00 a saca, declínio de 5,3%. Em Rondonópolis, Mato Grosso, a cotação passou de R$ 80,00 para R$ 78,00 a saca no balanço do mês, uma baixa de 2,5%. Já em Erechim, Rio Grande do Sul, houve baixa de 4,2%, com o preço passando de R$ 96,00 para R$ 92,00.

     Em Uberlândia, Minas Gerais, as cotações do milho caíram no mês de R$ 92,00 para R$ 8700 a saca na base de venda, recuo de 5,4%. Em Rio Verde, Goiás, o mercado baixou de R$ 85,00 para R$ 83,00 a saca, queda de 2,3%.

     Lessandro Carvalho (lessandro@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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