Porto Alegre, 26 de junho de 2020 – O mercado internacional de café teve mais uma semana de cotações sob pressão. As cotações caíram nas bolsas de futuros, tanto do arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) quanto do robusta na Bolsa de Londres. No Brasil, as cotações também foram pressionadas para baixo.
A evolução da colheita da safra 2020/21 no Brasil, com expectativa de produção recorde, segue como fator fundamental de baixa. Há tranquilidade para os compradores, com abastecimento parecendo frouxo na temporada 2020/21. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) espera superávit na oferta global de praticamente 10 milhões de sacas.
A pandemia do coronavírus, com temores envolvendo uma segunda onda de contágio e as incertezas em torno de quando as economias vão se recuperar, continua como aspecto baixista e trazendo aversão ao risco nas commodities.
Assim, na Bolsa de Nova York para o arábica, o contrato setembro recuou do dia 18 para o dia 25 de 96,75 para 95,80 centavos de dólar por libra-peso. Houve movimentos de recuperação técnica na semana, mas o mercado não conseguiu romper a linha de US$ 1,00 a libra-peso. Em Londres, o contrato setembro caiu de US$ 1.164 a tonelada do fechamento da quinta-feira 18 para US$ 1.154 a tonelada nesta quinta-feira, dia 25.
O mercado brasileiro de café teve dias de dificuldades para precificação, com toda a volatilidade na bolsa de NY e também no dólar. O dólar comercial entre as quintas-feiras 18 e 25 recuou de R$ 5,37 para R$ 5,33, mas com amplas oscilações diárias, confundindo as negociações.
No balanço semanal, o arábica bebida boa no sul de Minas Gerais caiu de R$ 480,00 para R$ 475,00 a saca. Já o conilon tipo 7 em Vitória, Espírito Santo, recuou de R$ 335,00 para R$ 333,00.
A colheita de café da safra brasileira 2020/21 estava em 41% até o dia 23 de junho. O número faz parte do levantamento semanal de SAFRAS & Mercado para a evolução da colheita da safra. Na semana anterior, o índice era de 34%.
Tomando por base a estimativa de SAFRAS para a produção de café do Brasil em 2020/21 de 68,1 milhões de sacas de 60 quilos, é apontado que foram colhidas 28,20 milhões de sacas até o dia 23.
A colheita está atrasada em relação ao ano passado, quando 54% da safra estava colhida neste período. Os trabalhos também estão atrasados frente à média dos últimos 5 anos, que é de 45%.
No caso do arábica, a colheita chega a 32% da safra, contra 47% em igual época do ano passado e 35% na média dos últimos 5 anos. Destaque, novamente, para o bom avanço na colheita de conilon que alcança 63% da produção. Apesar disso, continua bem abaixo de igual período do ano passado (71%) e também aquém da média dos últimos 5 anos (74%). .
Lessandro Carvalho (lessandro@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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