Preços do café seguem tombando em NY com oferta tranquila e apreensões com demanda

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     Porto Alegre, 18 de novembro de 2022 – Os preços do café seguiram sua trajetória negativa no mercado internacional nesta semana. Na Bolsa de Nova York (ICE Futures US), que baliza a comercialização internacional, as cotações atingiram os patamares mais baixos no contrato março/2023 desde maio do ano passado, ou seja, os níveis mais fracos em 18 meses.

     Segundo o consultor de SAFRAS & Mercado, Gil Barabach, a posição março/2023 perdeu o importante suporte de 160 cents na ICE US. O mercado continua envolvido por variáveis de baixa, repercutindo o clima favorável e a expectativa de safra brasileira cheia, ele avalia. “Eventuais correções de alta, esperadas depois da expressiva e longa sequência de baixa, são inibidas diante das incertezas financeiras. A volatilidade no preço do petróleo e no dólar. O medo de recessão e a desaceleração da atividade econômica pesam sobre os preços. Todas essas dúvidas trazem um peso macroeconômico muito grande ao mercado de café, que dificulta as investidas de alta na bolsa de NY”, comenta.

     Para Barabach, o mercado de café precisa de um respiro financeiro para conseguir quebrar, mesmo que momentaneamente, essa lógica negativa. “Uma indicação mais consistente de flexibilidade na política de tolerância zero a covid na China, por exemplo, serviria de apoio indireto ao café, pois daria suporte ao petróleo e às outras commodities”, observa. Já um alívio no ciclo de alta dos juros nos EUA, indicando a inversão futura na curva, traria conforto às projeções econômicas e maior oxigênio aos investimentos e a demanda. “O fato é que o café se mostra bastante vulnerável no curto prazo a um financeiro errático e incerto”, afirma.  

     No médio e longo prazo o que prevalece sobre a curva de café em NY é o fundamento, garante o consultor. “O foco é o andamento da safra brasileira 2023 e a promessa de folga na oferta para o próximo ciclo comercial. Uma alteração na tendência dos preços está atrelada, nesse sentido, a uma nova frustração com a produção brasileira. Por enquanto, o cenário continua positivo”, avalia.

     No balanço dos últimos sete dias, entre as quintas-feiras 10 e 17 de novembro, o contrato março/2023 caiu de 167,70 para 156,35 centavos de dólar por libra-peso, queda de 6,8%.

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     Lessandro Carvalho (lessandro@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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