Porto Alegre, 23 de fevereiro de 2023 – O balanço dos últimos sete dias (até esta quinta-feira 22) foi negativo para o café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US), que baliza a comercialização global. Mas o café segue relativamente valorizado, trabalhando acima da importante linha de US$ 1,80 a libra-peso no contrato maio. No Brasil, a semana também foi de cotações mais baixas no mercado físico.
No balanço dos últimos sete dias, entre as quintas-feiras 15 e 22, o café arábica para maio em NY recuou de 185,15 para 183,15 centavos de dólar por libra-peso, perda de 1,1%. Já em Londres, o robusta no mesmo comparativo, no contrato maio, teve leve avanço de 0,2%.
O preço do café arábica na ICE US encontra-se acima de igual período do ano passado e distante positivamente da média dos últimos 5 anos, como destaca o consultor de Safras & Mercado, Gil Barabach. Isso significa que o patamar de 184 cents para a posição maio/2024 em NY está dentro de uma região estatística favorável ao vendedor. “É verdade que o dólar não compra o que comprava anteriormente, por conta da inflação acumulada nos EUA nos últimos anos. Mesmo assim, segue acima de 180 cents e em região ainda atraente ao produtor”, comenta.
Para Barabach, o risco do vendedor é que a curva de preço em NY comece a convergir em direção à referência média frente à chegada da safra brasileira 2024. “Além disso, as chances de uma guinada de alta no final do ano, como aconteceu em 2023, é menor esse ano, diante da perspectiva de retomada da produção no Vietnã. Em linhas gerais, o cenário é bem mais cômodo para o comprador, com natural pressão sobre as cotações internacionais da bebida”, indica o consultor. Já boas floradas no Brasil a partir de setembro e outubro, indicando uma safra 2025 novamente cheia, pode trazer um peso negativo adicional à curva de preços ao longo do último trimestre de 2024, avalia.
O consultor salienta que este é um ano que requer bastante atenção dos produtores. “Nesse sentido, é importante adotar uma postura mais conservadora, escalonando posições, mas sem deixar de aproveitar oportunidades, mesmo que mais estreitas e menos intensas que em anos anteriores”, afirma.
Ele recomenda para aqueles que querem apostar mais pesado com uma eventual puxada no preço, por exemplo, com o inverno no Brasil ou alguma volatilidade financeira, que existe a possibilidade de montar operações financeiras para a participação na alta com opções – estruturas com call secas ou calls spread, que podem ser uma alternativa.
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Lessandro Carvalho (lessandro@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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