Porto Alegre, 14 de abril de 2023 – O mercado físico do boi gordo registrou mais uma semana de queda nas cotações no Brasil. De acordo com a SAFRAS Consultoria, o bom avanço nas escalas de abate por parte dos frigoríficos, aproveitando o aumento da disponibilidade de oferta nas regiões produtoras contribuiu para o movimento de baixa nos preços.
O movimento de valorização do real frente ao dólar nos últimos dias, o que diminui a receita de exportação das indústrias, também contribuiu para uma maior pressão dos frigoríficos em torno do preço pago pela arroba.
A tendência para a segunda metade de abril é de um movimento de queda nas cotações do boi gordo, levando em conta o fato de que o mercado se aproxima do período auge na oferta de gado no ano, que é registrado ao longo do segundo trimestre.
Em São Paulo, Capital, a referência para a arroba do boi a prazo ficou em R$ 280,00,00 no dia 13, contra R$ 285,00 no encerramento da última semana, recuando 1,75%. Em Dourados (MS), a arroba se manteve em R$ 275,00. Em Cuiabá (MT), a arroba ficou indicada em R$ 260,00, baixa de 1,89% na comparação com a semana anterior, quando foi cotada a RS 265,00. Em Uberaba (MG), o preço a prazo foi cotado a R$ 280,00 por arroba, desvalorização de 1,75% frente aos R$ 285,00 da última semana. Em Goiânia (GO), a indicação foi de R$ 260,00 para a arroba do boi gordo a prazo, queda de 3,70% frente ao valor praticado na semana passada, de R$ 270,00.
Preços dos cortes de traseiro reagem no atacado
No atacado, refletindo o aumento na demanda observado ao longo dos últimos dias, os preços reagiram no Brasil, muito embora o avanço tenha sido limitado. Para o curto prazo, o cenário indica que os preços podem vir a perder força, em meio ao período de queda no poder aquisitivo da população.
O quilo do corte do traseiro avançou 0,99% ao longo da semana, de R$ 20,15 para R$ 20,35. Já os cortes de dianteiro do boi passaram de R$ 14,30 para R$ 14,40 o quilo, alta de 0,70%.
Exportações de carne bovina seguem fracas
As exportações de carne bovina fresca, congelada ou refrigerada do Brasil renderam US$ 102,733 milhões em abril (4 dias úteis), com média diária de US$ 25,683 milhões. A quantidade total exportada pelo país chegou a 22,594 mil toneladas, com média diária de 5,648 mil toneladas. O preço médio da tonelada ficou em US$ 4.546,80.
Em relação a abril de 2022, houve perda de 50,1% no valor médio diário da exportação, queda de 31,8% na quantidade média diária exportada e desvalorização de 26,8% no preço médio. Os dados foram divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior.
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Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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