Porto Alegre, 06 de março de 2019 – O mercado físico de boi gordo teve preços mais altos na primeira semana de março, mas com reajustes bem mais comedidos em relação àqueles vistos ao longo de fevereiro. “O movimento de alta aparenta ter alcançado seu limite. Para romper a barreira dos R$ 205 por arroba seria necessário um impulso das exportações, o que não deve acontecer em função da paralisação logística na China diante da epidemia do coronavírus”, disse o analista de SAFRAS & Mercado, Fernando Henrique Iglesias.
Também, os preços da carne bovina muito provavelmente encontraram um “teto”, diante da incapacidade de repasse de mais reajustes para a carne bovina no varejo diante do lento crescimento da economia brasileira.
“Os frigoríficos dependerão de um grande volume de exportação para repetir os números de receita do último trimestre de 2019. Nessas condições, eles não atuam agressivamente na compra de gado, avaliando que a China está menos presente no mercado importador em meio à epidemia. Já a oferta restrita de animais terminados diante das boas condições das pastagens permanece como um limitador de quedas acentuadas no preço da arroba”, assinalou.
Os preços a arroba do boi gordo na modalidade à vista nas principais praças de comercialização do País estavam assim no dia 05 de março:
* São Paulo (Capital) – R$ 201,00 a arroba, contra R$ 200,00 a arroba em 27 de fevereiro, subindo 0,5%.
* Goiás (Goiânia) – R$ 193,00 a arroba, ante R$ 190,00 a arroba (1,6%).
* Minas Gerais (Uberaba) – R$ 196,00 a arroba, contra R$ 192,00 a arroba (2%).
* Mato Grosso do Sul (Dourados) – R$ 193,00 a arroba, ante R$ 190,00 a arroba (1,6%).
* Mato Grosso (Cuiabá) – R$ 187,00 a arroba, ante R$ 185,00 a arroba (+1%).
Exportações
As exportações totais de carne bovina (in natura + processada) apresentaram queda de 6% em volume em fevereiro em relação ao mesmo mês de 2019, segundo informou a Associação Brasileira de Frigoríficos (ABRAFRIGO), que compilou os dados fornecidos pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
Na receita, no entanto, houve crescimento de 9% graças aos bons preços obtidos pelo produto brasileiro no mercado internacional. No total, fevereiro registrou a movimentação de 131.227 toneladas contra 139.292 toneladas movimentadas em fevereiro do ano passado. A receita obtida foi de US$ 564,6 milhões contra US$ 518 milhões em 2019. Com isso, as exportações acumuladas em janeiro e fevereiro apresentam um crescimento de 2% em relação ao mesmo período do ano passado enquanto que a receita acumulou um crescimento expressivo de 23%: de US$ 975 milhões em 2019 foi para US$ 1,1 bilhão em 2010.
Segundo a ABRAFRIGO, a China continua comandando a movimentação da carne bovina brasileira sendo a responsável por 52,5% das exportações.
Nos dois primeiros meses de 2019 a China importou pelo continente e pela cidade estado de Hong Kong 106.641 toneladas e em 2020 este total subiu para 139.969 toneladas (77.317 toneladas em janeiro e 62.382 em fevereiro). O continente importou 83% a mais do que em 2019 enquanto que Hong Kong diminuiu suas aquisições em 14%. O Chile ficou na segunda posição com a importação de 15.907 toneladas (+ 9,6%). Em terceiro lugar veio a Rússia com movimentação de 13.095 toneladas (+ 56,5%). O Egito ficou em quarto lugar com 11.827 toneladas (-56%): a Arábia Saudita na quinta posição, com 8.425 toneladas (+20,6%) enquanto que Israel alcançou o quinto lugar com 6.512 toneladas (+82%).
Fábio Rübenich (fabio@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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