Porto Alegre, 01 de abril de 2021 – O mercado físico de boi gordo registrou voltou a se deparar com um cenário complicado em março, com preços em forte alta e muita dificuldade par aos frigoríficos na compra de gado e na formação de suas escalas de abate. Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, “os frigoríficos em geral ainda operam com escalas de abate bastante encurtadas, posicionadas entre dois e quatro dias úteis”, disse ele.
A expectativa de curto prazo ainda remete a um quadro bastante ajustado de oferta durante o mês de abril, com um avanço mais consistente esperado apenas entre os meses de maio e junho.
“A recente movimentação cambial, com o dólar ultrapassando a marca de cinco reais e setenta centavos, teve grande peso na formação de tendência na segunda quinzena do mês, motivando os frigoríficos habilitados a exportar a pagar mais pela arroba do boi gordo”, assinalou Iglesias.
O contraponto permanece na situação difícil da demanda doméstica de carne bovina, em meio às dificuldades macroeconômicas evidenciadas no decorrer do ano. Nesse tipo de ambiente, pautado pela descapitalização a tendência é por um consumo maior de proteínas mais acessíveis, “e a carne de frango se enquadra perfeitamente nesse requisito”, pontuou.
Com isso, os preços a arroba do boi gordo na modalidade a prazo nas principais praças de comercialização do País estavam assim no dia 31 de março:
* São Paulo (Capital) – R$ 320,00 a arroba, contra R$ 305,00 a arroba em 26 de fevereiro, subindo 4,92%.
* Minas Gerais (Uberaba) – R$ 310,00 a arroba, ante R$ 303,00 a arroba, alta de 2,31%.
* Goiânia (Goiás) – R$ 300,00 a arroba, contra R$ 290,00 a arroba (+3,45%).
* Mato Grosso do Sul (Dourados) – R$ 305,00 a arroba, contra R$ 285,00 a arroba (7%)
* Mato Grosso (Cuiabá) – R$ 308,00 a arroba, contra R$ 300,00 a arroba (2,67%).
Exportação
As exportações de carne bovina fresca, congelada ou refrigerada do Brasil renderam US$ 406,9 milhões em março (15 dias úteis até o dia 21), com média diária de US$ 27,13 milhões. A quantidade total exportada pelo país chegou a 88,77 mil toneladas, com média diária de 5,92 mil toneladas. O preço médio da tonelada ficou em US$ 4.583,80. Em relação a março de 2020, houve alta de 7,92% no valor médio diário da exportação, ganho de 3,43% na quantidade média diária exportada e valorização de 4,34% no preço médio. Os dados são da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
Fábio Rübenich (fabio@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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