Porto Alegre, 12 de março de 2021 – O tombo do dólar, que de terça a quinta-feira acumulou queda de 5,6% em relação ao real, afetou o preço do algodão no mercado doméstico. “A pluma brasileira estava acima da realidade de mercado internacional e, com rally de alta verificado nesta quinta-feira na Bolsa de Nova York, voltou a se realinhar em relação à paridade de exportação”, destaca o analista de SAFRAS & Mercado, Élcio Bento.
Na média do polo industrial paulista, a fibra fechou o dia 11 de março cotada a R$ 5,10 por libra-peso, ante R$ 5,15 no dia 11. No FOB exportação do porto de Santos/SP, o produto brasileiro encerrou a 90,97 centavos de dólar por libra-peso (c/lb). Ante ao contrato de maior liquidez na Ice Futures, a pluma brasileira fechou cotada por um valor 2,8% superior, contra 5,3% superior no dia 10 de março.
Conforme Bento, a Bolsa de Nova York deve manter o suporte de US$ 0,80 por libra-peso até a entrada da safra norte-americana de algodão. Segundo ele, o aumento esperado na estimativa das exportações norte-americanas não veio no relatório de março de oferta e demanda do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), o que ainda pode ocorrer nos próximos meses. “Já a redução nos estoques norte-americano veio abaixo do esperado por analistas”, lembra.
Em um ano, até esta terça-feira, dia 9 de março, a Bolsa havia subido 38%, enquanto o dólar avançou 23% frente ao real. Neste contexto, o FOB de Santos disparou 77% no mesmo período, sendo cotado a R$ 5,07 no dia 9. “O mercado interno também caminha junto com Nova York”, acrescenta Bento.
Com relação à produção brasileira, SAFRAS & Mercado espera 2,530 milhões de toneladas de algodão em pluma. “Muito próximo dos números do USDA, que são de 2,504 milhões de toneladas”, destaca o analista. Para 2019/20, a estimativa do USDA era de 3 milhões de toneladas.
Já o consumo interno brasileiro segue achatado, rondando em torno de 600 mil toneladas. “Lembrando que já tivemos um consumo doméstico de cerca de 1 milhão de toneladas”, lamenta Bento. Na temporada 2013/14, por exemplo, ficou em 890 mil toneladas.
Rodrigo Ramos (rodrigo@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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