Porto Alegre, 16 de setembro de 2022 – O mercado brasileiro de algodão teve mais uma semana de queda nas cotações, refletindo a desvalorização na Bolsa de Nova York nas primeiras sessões da semana, e, também com a pressão da chegada da safra brasileira. Com isso, o produtor segue dosando oferta, enquanto a demanda continua curta, trabalhando com posições no imediato e buscando oportunidade de preços melhores com a entrada da safra.
Nesta quinta-feira (15), a fibra no CIF do polo industrial paulista encerrou cotada a R$ 6,22 libra-peso, ante R$ 6,45 por libra-peso no dia 08 de setembro, uma queda de 3,57%. Em 30 dias, houve um leve avanço de 0,32% quando estava cotada a R$ 6,20 por libra-peso.
No FOB exportação do porto de Santos/SP, o produto nacional era cotado a 124,11 centavos de dólar por libra-peso na quinta-feira passada (8). A pluma brasileira contra o contrato dezembro/22 na ICE US terminou o dia com um valor 13,77% superior. Há uma semana, era 19,50% mais alto e, há um mês, era 7,4% superior.
Na Bolsa de Nova York (ICE Futures US), entre as quintas-feiras 08 e 15, o contrato para entrega em dezembro caiu de 103,84 centavos de dólar por libra-peso para 103,29 centavos, acumulando no período baixa de 0,5%. Após fechar a semana passada numa sexta-feira de ganhos, NY nesta segunda-feira observou o relatório de oferta e demanda de setembro do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) que apontou produção e estoques americanos e globais maiores do que em agosto, apresentando dados baixistas para os preços.
Além disso, NY oscilou com bastante volatilidade ao longo da semana acompanhando o petróleo e as variações do dólar contra outras moedas. O cenário de aversão ao risco nos mercados, com temores em torno de inflação e recessão mundiais, segue e afeta a pluma. Há preocupações com queda no consumo com desaceleração econômica.
O USDA estimou a produção de algodão dos EUA na temporada 2022/23 em 13,83 milhões de fardos, ante 12,57 milhões no mês anterior. Para a safra 2021/22, são esperados 17,52 milhões de fardos. As exportações deverão ficar em 12,6 milhões de fardos em 2022/23, ante 12 milhões no mês anterior. O consumo interno foi previsto em 2,3 milhões de fardos para 2022/23, mesmo número do mês passado.
Baseado nas estimativas de produção, exportação e consumo, os estoques finais norte-americanos foram previstos em 2,7 milhões de fardos para a temporada 2022/23, ante 1,8 milhões no mês anterior. Na temporada 2021/22, foram 3,75 milhões de fardos.
O USDA estimou a produção global de algodão em 118,45 milhões de fardos, ante 117,01 milhões no mês anterior. Para 2021/22, são esperados 115,71 milhões de fardos. As exportações mundiais de algodão foram estimadas em 44,58 milhões de fardos para 2022/23, mesmo nível do mês passado. A estimativa para o consumo mundial é de 118,63 milhões de fardos, ante 119,09 milhões no mês anterior. Os estoques finais foram projetados em 84,75 milhões de fardos, ante 82,77 milhões de fardos projetados no mês passado.
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Sara Lane (sara.silva@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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