Preços do açúcar recuaram em NY em fevereiro com oferta promissora

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     Porto Alegre, 04 de março de 2022 – O mercado de açúcar na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) teve um mês de fevereiro de queda nos preços no comparativo com janeiro. Ainda assim, o mercado carrega cotações mais altas no comparativo com o mesmo período do ano passado.

     A média mensal de cotações ao redor de 17,74 centavos de dólar por libra-peso ao longo de fevereiro para o contrato Maio/2022 mostra que este ativo tem encontrado uma sólida resistência junto à faixa de 18,00 centavos de dólar, como indica o consultor de SAFRAS & Mercado, Maurício Muruci. “E não é de hoje que Maio/22 vem sofrendo impactos de baixa mais expressivos diante de uma Linha de Tendência de Baixa presente no mercado desde novembro do ano anterior. Porém, este indicador gráfico somente existe por conta dos fundamentos”, indica.

      Muruci coloca que há a sobreposição de vetores fundamentais diante do avanço da safra da Ásia, ainda nos meses de novembro a janeiro e, posteriormente, do avanço de uma entressafra chuvosa no Centro-Sul do Brasil, que permite uma recuperação ampla da safra nova 2022/23 na região. Entre junho a outubro do ano passado, SAFRAS & Mercado estimava uma safra nova em 540 milhões de toneladas. A partir de dezembro de 2021 esta estimativa foi elevada para 560 milhões de tonelada diante da antecipação das chuvas fortes esperadas para janeiro de 2022 e para a primeira quinzena de fevereiro. Já agora em abril de 2022 uma nova estimativa deve ser feita já sob os efeitos do ciclo completo de chuvas no Centro-Sul, aponta o consultor.

     A média do contrato maio ao longo de fevereiro em NY (17,74 centavos) mostrou queda de 4,0% no comparativo com a média de janeiro, que foi de 18,48 centavos. Já no comparativo com fevereiro de 2021, que foi de 15,06 centavos, os preços médios em NY agora em fevereiro de 2022 mostraram alta de 17,8%.

     No Brasil, o cristal no mercado físico teve uma média de negociação em R$ 144,89 a saca em fevereiro, com queda de 4,56% contra o mês de janeiro, que teve média de R$ 151,81. Na comparação com fevereiro do ano passado, houve alta de 23,10%, frente à média deflacionada de R$ 117,10 a saca do ano passado. Segundo o consultor de SAFRAS, basicamente temos um mercado em final de entressafra historicamente longa, mas de estoques elevados.

ETANOL

     De acordo com Muruci, “o mês de fevereiro foi um período aparentemente dicotômico entre os vetores de preço e de demanda interna para o hidratado. Mesmo que sob certa ótica este cenário seja contraditório, o fato foi que o segundo mês do ano teve um mercado em que a demanda se mostrou mais forte e os preços mais fracos”, aponta.

     Por um lado, segue o consultor, tivemos um cenário de maior proximidade da competitividade em dois estados brasileiros por parte do hidratado (Mato Grosso e Goiás), que levou a uma recuperação moderada das vendas. “Porém, por outro, as usinas ainda se viram em uma condição de oferta relativamente elevada para os padrões de demanda de curto prazo, com a pressão de tancagem se fazendo mais presente com a proximidade da safra nova 2022/23 e a antecipação do processo de colheita por 15 usinas ao longo da segunda metade do mês de fevereiro”, avalia.

     A média do hidratado em fevereiro foi de R$ 3,50 o litro, alta de 4,97% no ano contra fevereiro 2021, contra R$ 3,34 o litro (já deflacionado), mas com perda de 12,04% na comparação com janeiro de 2022 (R$ 3,98).

     Lessandro Carvalho (lessandro@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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