Preços do açúcar caíram em maio com amplas ofertas e rápido avanço da safra brasileira

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    Porto Alegre, 31 de maio de 2024 – As cotações internacionais do açúcar voltaram a cair em maio, estendendo as perdas de abril. Na Bolsa de Nova York (ICE Futures US), os contratos com entrega em julho do açúcar bruto fecharam a sessão do dia 30 de maio a 18,19 centavos de dólar por libra-peso, ante 19,41 centavos em 30 de abril, uma queda de 6,3%.

O contrato mais negociado do momento atingiu mínimas de 18 meses na sessão do dia 16 de maio, quando operou a 17,95 centavos, pressionado principalmente pelo rápido avanço da safra no Brasil em meio a um clima seco na região Centro-Sul, onde se concentra a maior parte das usinas produtoras de açúcar do Brasil.

Safras acima do esperado nas principais origens asiáticas — notadamente na Índia, Tailândia e também na China — ajudaram a desenhar um quadro de amplas ofertas para o mercado internacional de açúcar, pesando sobre as cotações dos mercados futuros.

USDA estima excedente global de oferta na temporada 2024/25

A produção mundial de açúcar deverá totalizar 186,024 milhões de toneladas no ciclo 2024/25, crescendo 4% no comparativo anual, conforme projeções do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Para 2023/24, a estimativa é de uma produção de 183,495 milhões de toneladas. Em relação ao consumo, o USDA aponta uma demanda total global de 178,788 milhões de toneladas em 2024/25, ante 177,329 milhões, elevação de 0,82%.

Assim, o mercado mundial de açúcar terá que lidar com um excedente de oferta de 4,704 milhões de toneladas no ciclo 2024/25, após um superávit de 6,166 milhões em 2023/24.

Para o Brasil, o USDA aponta que a safra 2024/25 vai totalizar 44 milhões de toneladas, ante 45,544 milhões em 2023/24, uma queda de 3,39%, uma vez que menos cana-de-açúcar deverá estar disponível para moagem diante de um clima seco.

A Índia deverá aumentar sua produção em 1,47%, passando de 34 milhões para 34,5 milhões de toneladas, resultado de variedades de cana mais avançadas, que maturam mais cedo. Também na Ásia, a Tailândia deverá produzir 10,2 milhões de toneladas de açúcar em 2024/25, alta de 16% no comparativo anual, resultado de uma recuperação tanto no volume colhido como na produtividade da cana-de-açúcar.

Fábio Rübenich (fabio@safras.com.br) / Safras News

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