Preços do açúcar caem em NY, mas mantêm-se firmes no Brasil

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    Porto Alegre, 22 de janeiro de 2021 – A terceira semana de janeiro foi marcada por quedas nas cotações internacionais do açúcar, enquanto a commodity manteve preços firmes no Brasil. Nas bolsas de futuros de Nova York e de Londres, o mercado foi pressionado pelas indicações de ampla oferta, com destaque para notícias envolvendo o Brasil e Índia.

     Segundo o consultor de SAFRAS & Mercado, Maurício Muruci, as cotações nas bolsas refletem a percepção cada vez mais clara de um aumento da oferta da commodity nos dois principais players internacionais: Brasil e Índia. “Ambos vêm de entressafras altamente chuvosas e favoráveis ao desenvolvimento dos canaviais locais”, comenta.

     Muruci observa que a Índia tem atualmente a sua fase inicial de colheita da safra nova, enquanto o Brasil se encontra no ápice de sua entressafra, com chuvas altamente regulares e volumosas nos canaviais do Centro-Sul. Ele indica que, “no curto prazo, cria-se um hiato na oferta entre os dois produtores, com o primeiro ainda não tendo atingido o seu ápice produtivo de safra nova (Índia) e o segundo ainda desenvolvendo, ainda que favoravelmente a sua entressafra (Brasil)”.

     Muito embora no curto prazo a oferta seja restrita, o que ajuda a sustentar os preços em NY ao redor dos 16 cents, no médio a longo prazo a perspectiva de ampla produção coloca a curva futura de preços em inclinação claramente negativa. Isso mantém ajustes constantes de queda ao longo do período, analisa Muruci.

     No balanço da semana, as cotações do açúcar na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) no contrato março caíram de 16,67 para 16,05 centavos de dólar por libra-peso, entre as quintas-feiras 14 e 21 de janeiro. Isso representa uma perda no acumulado dos últimos sete dias de 3,7%.

     Já o mercado brasileiro de açúcar mostrou maior firmeza nesse período agora de entressafra. No mesmo comparativo semanal entre as quintas-feiras 14 e 21 de janeiro, o preço do açúcar em Ribeirão Preto, São Paulo, subiu de R$ 104,00 para R$ 105,00 a saca.

     Lessandro Carvalho (lessandro@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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