Preços de carne suína despencam em maio, ainda com oferta excedente

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Porto Alegre, 2 de junho de 2023 – O mês de maio teve queda generalizada tanto do quilo vivo quanto dos principais cortes de carne suína no atacado. Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Allan Maia, no período que antecedeu o Dia das Mães os preços até conseguiram respirar, com avanços de reposição. “Contudo, após a data, as cotações não se sustentaram e registraram quedas acentuadas ao longo do mês”, disse.

De acordo com o analista, a postura dos frigoríficos na compra do animal vivo se mostrou mais retraída, diante de estoques elevados e reposição aquém das expectativas entre atacado e varejo na segunda quinzena. “Além da oferta de suínos acima da demanda existente, o peso médio segue em tendência de aumento, o que deve resultar em maior disponibilidade de carne no mercado interno brasileiro, fator que dificultará a formação de preços no médio prazo”, analisa Maia.

Outro complicador, segundo Maia, é que os cortes das proteínas substitutas (carne de frango e bovina) também registram cotações em queda, com quadro de excedente de oferta.

“Isso deve impactar negativamente a carne suína na primeira quinzena de junho, mesmo sendo o período em que o apelo ao consumo é maior”, ressalta Maia. “Além disso, os suinocultores mostram apreensão com o cenário de momento, com margens voltando a se deteriorar”, conclui.

Preços

Levantamento de SAFRAS & Mercado apontou que a média de preços do quilo do suíno vivo no país recuou 8,39% no mês, passando de R$ 5,93 para R$ 5,43. A média de preços pagos pelos cortes de pernil no atacado caiu de R$ 10,44 para R$ 9,60, retração de 8,01%. A carcaça teve desvalorização de 10,23%, passando de R$ 9,41 para R$ 8,45.

A análise semanal de preços de SAFRAS & Mercado apontou que a arroba suína em São Paulo teve baixa de R$ 126,00 para R$ 110,00, na integração do Rio Grande do Sul de R$ 5,60 para R$ 5,30 e, no interior do estado, de R$ 6,20 para R$ 5,65.

Em Santa Catarina, o preço do quilo na integração desvalorizou de R$ 5,60 para R$ 5,30, no interior catarinense de R$ 6,00 para R$ 5,35, no Paraná de R$ 6,10 para R$ 5,55 no mercado livre e na integração teve estabilidade em R$ 5,30.

No Mato Grosso do Sul, a cotação em Campo Grande teve diminuição de R$ 5,60 para R$ 5,00 e na integração de R$ 5,50 para R$ 5,20. Em Goiânia, o preço recuou de R$ 6,00 para R$ 5,40, no interior de Minas Gerais de R$ 6,40 para R$ 5,90 e no mercado independente de R$ 6,60 para R$ 6,00. Em Mato Grosso, o preço do quilo vivo em Rondonópolis teve baixa de R$ 5,60 para R$ 5,00 e na integração do estado de R$ 5,50 para R$ 5,20.

Exportações

As exportações de carne suína “in natura” do Brasil renderam US$ 235,859 milhões em maio (22 dias úteis), com média diária de US$ 10,720 milhões. A quantidade total exportada pelo país no período chegou a 91,158 mil toneladas, com média diária de 4,143 mil toneladas. O preço médio ficou em US$ 2.587,40.

Em relação a maio de 2022, houve alta de 23,6% no valor médio diário, ganho de 14,3% na quantidade média diária e avanço de 8,2% no preço médio. Os dados foram divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior.

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Pedro Carneiro (pedro.carneiro@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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