Porto Alegre, 29 de outubro de 2021 – O mês de outubro foi marcado por recuo nos preços da soja no mercado brasileiro e pela movimentação lenta. Mesmo com o dólar disparando, as cotações foram impactadas negativamente pelo recuo dos contratos futuros na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT).
Com a queda nos preços, e também nos prêmios de exportação, o produtor adotou uma postura mais cautelosa e priorizaram o trabalho de plantio. Ao contrário do ano anterior, o regime de chuvas foi mais regular neste ano e a semeadura avançou nas principais praças do país.
A saca de 60 quilos recuou de R$ 173,00 para R$ 169,00 em Passo Fundo (RS) em outubro. Em Cascavel (PR), o preço caiu de R$ 170,50 para R$ 167,50 no período. Em Rondonópolis (MT), a cotação baixou de R$ 174,50 para R$ 164,00.
No Porto de Paranaguá, a saca passou de R$ 176,50 para R$ 172,00. Os prêmios perderam força, com o sentimento de que a demanda chinesa se voltou mais para o mercado americano.
A pressão exercida sobre as cotações brasileiras teve origem no comportamento dos preços futuros na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT). Os contratos com vencimento em novembro acumularam queda de 1,77% no mês até o dia 28 de outubro, fechando a US$ 12,33 por bushel. Mas na mínima do mês, a posição baixou da linha de US$ 12,00, pressionada principalmente pela elevação nos números do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), indicando safra e estoques americanos acima do esperado.
As perdas no Brasil só não foram maiores devido ao comportamento do câmbio. A moeda americana se valorizou 3,25% no mês, encerrando o dia 28 a R$ 5,626. Com os temores sobre o rompimento do teto de gastos do governo Bolsonaro e as incertezas políticas e econômicas do país, a moeda chegou a bater em R$ 5,70.
Dylan Della Pasqua (dylan@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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