Preços da soja recuam no Brasil, acompanhando queda do dólar. Negócios foram pontuais

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Porto Alegre, 27 de janeiro de 2023 – Os preços da soja recuaram ao longo da semana no mercado doméstico, em período marcado apenas por negócios pontuais. O recuo do dólar frente ao real liderou as perdas internas, apesar da recuperação registrada nos contratos futuros de Chicago. Os produtores seguem atentos ao clima e ao desenvolvimento das lavouras.

A saca de 60 quilos recuou de R$ 182,00 para R$ 174,50 em Passo Fundo (RS), em uma semana. No mesmo período, o preço baixou de R$ 171,50 para R$ 166,00 em Cascavel (PR). Em Rondonópolis (MT), a cotação baixou de R$ 163,00 para R$ 159,00. No Porto de Paranaguá (PR), a saca caiu de R$ 178,00 para R$ 172,50.

O principal fator de pressão sobre os referenciais internos nesta semana foi o comportamento cambial. O dólar, entre 20 e 26 de janeiro, acumulou baixa de 2,5%, fechando a quinta a R$ 5,075. Sinais de melhora na economia americana e de uma decisão mais suave sobre a política monetária daquele país na próxima semana determinaram a queda, além da melhora no fluxo estrangeiro.

Na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT), a semana foi de recuperação a partir da quarta-feira. O mercado vinha de cinco sessões seguidas de queda, por conta da volta das chuvas na Argentina, estancando a perda no potencial produtivo da safra argentina. Sinais de boa demanda, alta do petróleo e recuperação técnica estão encaminhando um fechamento positivo. Até quinta, o contrato março tinha valorização de 1,16%, cotado a US$ 15,23 ½ por bushel.

Em termos fundamentais, no entanto, o quadro segue negativo para a soja. Além da melhora no clima na Argentina, ainda se trabalha com uma safra recorde no Brasil, acima de 153 milhões de toneladas, segundo SAFRAS & Mercado.

Os produtores seguem monitorando o clima. Os mapas meteorológicos apontam um fevereiro mais positivo para as lavouras brasileiras. Preocupa ainda a falta de chuvas no Rio Grande do Sul, que deve colher, de novo, uma safra menor do que a esperada. Nos estados do Centro-Norte, o excesso de precipitações atrapalha a colheita.

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Dylan Della Pasqua (dylan@safras.com.br) / Agência SAFRAS