Porto Alegre, 27 de agosto de 2021 – A semana foi de poucos negócios e de preços recuando no mercado físico brasileiro de soja. A comercialização segue lenta. Bem capitalizado, o produtor se retrai, esvazia a oferta e espera por preços melhores.
Os referenciais para a formação dos preços internos tiveram desempenhos diferentes. Os contratos futuros e os prêmios subiram, mas o dólar recuou frente ao real. Esse quadro contribuiu para a cautela dos vendedores, mesmo com a boa demanda.
A saca de 60 quilos recuou de R$ 171,00 para R$ 168,00 na semana, em Passo Fundo (RS). Em Cascavel (PR), o preço baixou de R$ 169,50 para R$ 168,00. Em Rondonópolis (MT), a cotação caiu de R$ 177,00 para R$ 174,00. No Porto de Paranaguá, a saca passou de R$ 174,00 para R$ 172,50.
Em Chicago, a posição novembro acumulou valorização de 2,75% até o final da quinta, 26, quando fechou a US$ 13,26 ¼. O mercado encontrou sustentação nos sinais de boa demanda pelo produto dos Estados Unidos e no cenário financeiro mais positivo, principalmente na primeira parte da semana.
O clima nos Estados Unidos segue no foco. No começo da semana, a piora nas condições das lavouras e a previsão de poucas chuvas colaborou para a recuperação de Chicago. Mas o mercado de clima mudou e a indicação de chuvas ajudou a reduzir a valorização semanal.
Depois das fortes altas da semana passada, o dólar comercial caiu 3,23% na comparação com o real até a quinta. A diminuição da preocupação com a economia mundial fez a moeda americana recuar para a casa de R$ 5,211. Mas as incertezas políticas e econômicas ainda ameaçam o cenário cambial.
Os prêmios tiveram uma semana positiva no Brasil, diante do ritmo lento das vendas no mercado físico. Para a safra atual, o prêmio para outubro está em 165 a 180 pontos acima de Chicago. Para a safra nova, a referência é de +12 a +25 para março, em Paranaguá.
Safra 2021/22
A produção brasileira de soja em 2021/22 deverá totalizar 141,26 milhões de toneladas, com aumento de 3,9% sobre o ano anterior e atingindo novo recorde. A previsão faz parte do boletim Perspectivas para a Agropecuária, divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
A Conab aposta em um crescimento de 3,6% na área a ser plantada, ocupando 39,91 milhões de hectares. A produtividade está estimada em 3.539 quilos por hectare, com aumento de 0,29%. O otimismo da Conab se baseia nos bons preços internacionais, no câmbio favorável, na expectativa de aumento no esmagamento e nas exportações e na boa rentabilidade de 2021 e prevista para 2022.
O esmagamento deverá saltar de 46,5 milhões para 51,47 milhões de toneladas entre 2021 e 2022. No período, as exportações deverão aumentar de 83,42 milhões para 87,58 milhões de toneladas, projeta a Conab.
Dylan Della Pasqua (dylan@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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