Porto Alegre, 28 de fevereiro de 2020 – O mercado brasileiro de carne suína se aproxima do final de fevereiro com um quadro de preços melhores para o quilo vivo. De acordo com o analista de SAFRAS & Mercado, Allan Maia, os produtores estão tentando forçar preços mais altos para o quilo vivo, por conta do encarecimento do custo de nutrição animal, o que vem reduzindo as margens operacionais da atividade. “Entretanto, sem um avanço mais efetivo na demanda, tanto interna como externa, este movimento tende a não ter uma sustentação prolongada”, afirma.
Levantamento mensal de SAFRAS & Mercado apontou que a média de preços do quilo do suíno vivo na região Centro-Sul do Brasil passou de R$ 4,75 para R$ 4,97. A média de preços pagos pelos cortes de pernil no atacado recuou de R$ 9,07 para R$ 8,96. A carcaça registrou um valor médio de R$ 7,99, queda ante os R$ 8,02 praticados no fechamento de janeiro.
Maia comenta que, após a virada do mês, o consumo doméstico deve ser favorecido pela entrada da massa salarial na economia. Pelo lado externo, o tom é de cautela, considerando que as exportações estão desacelerando, devido a retração das compras chinesas. “A logística na China permanece complicada devido ao coronavírus, impedindo o transporte de mercadorias entre regiões por conta de bloqueios com o intuito de evitar a propagação do vírus. Além disso, os portos chineses estão travados”, destaca.
As exportações de carne suína “in natura” do Brasil renderam US$ 119 milhões em fevereiro (15 dias úteis), com média diária de US$ 7,9 milhões. A quantidade total exportada pelo país no período chegou a 47,8 mil toneladas, com média diária de 3,2 mil toneladas. O preço médio ficou em US$ 2.491,50.
Em relação a janeiro, houve ganho de 14,6% na receita média diária, alta de 18,3% no volume diário e recuo de 3,1% no preço. Na comparação com fevereiro de 2019, houve aumento de 75% no valor médio diário exportado, ganho de 38,9% na quantidade média diária e elevação de 26% no preço. Os dados são do Ministério da Indústria, Comércio e Serviços e foram divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior.
A análise mensal de preços de SAFRAS & Mercado apontou que a arroba suína em São Paulo subiu de R$ 95,00 para R$ 107,00. Na integração do Rio Grande do Sul o quilo vivo passou de R$ 4,10 para R$ 4,20. No interior do estado a cotação subiu de R$ 5,10 para R$ 5,15.
Em Santa Catarina o preço do quilo na integração seguiu em R$ 4,20. No interior catarinense, a cotação avançou de R$ 5,10 para R$ 5,15. No Paraná o quilo vivo aumentou de R$ 5,00 para R$ 5,10 no mercado livre, enquanto na integração o quilo vivo passou de R$ 4,10 para R$ 4,60.
No Mato Grosso do Sul a cotação na integração elevou-se de R$ 4,10 para R$ 4,40, enquanto em Campo Grande o preço subiu de R$ 4,30 para R$ 4,75. Em Goiânia, o preço aumentou de R$ 5,30 para R$ 5,70. No interior de Minas Gerais o quilo do suíno teve alta de R$ 5,50 para R$ 5,70. No mercado independente mineiro, o preço passou de R$ 5,50 para R$ 5,70. Em Mato Grosso, o preço do quilo vivo em Rondonópolis baixou de R$ 4,60 para R$ 4,55. Já na integração do estado a cotação seguiu em R$ 4,10.
Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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