Preço do quilo vivo do suíno no Brasil despenca 21,09% em maio

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     Porto Alegre, 28 de maio de 2021 – O mercado brasileiro de suínos se aproxima do final de maio amargando quedas acentuadas de preço tanto para o quilo vivo quanto para os cortes negociados no atacado. A boa notícia para o setor, nestes dias finais de maio, de acordo com o analista de SAFRAS & Mercado, Allan Maia, é o reconhecimento de seis estados brasileiros como livres de febre aftosa sem vacinação por parte da Organização Mundial de Sanidade Animal (OIE).

     Segundo Maia, o status traz grande credibilidade tanto à carne bovina e suína e ajudará nas tratativas para abertura de novos mercados importadores e na possibilidade de ampliação dos já existentes, como China e Coreia do Sul. “Vale destacar que cerca de 90% da exportação brasileira de carne suína tem como origem a Região Sul, que passará a contar com três estados nesse novo status”, pontua.

     Em termos de mercado doméstico, Maia destaca que o preço médio do quilo vivo no Brasil recuou 21,09% em maio, em decorrência de um fraco escoamento da carne e do quadro de estoques elevados, o que levou os frigoríficos a atuarem de maneira retraída na compra dos animais. “Nem mesmo o Dia das Mães na primeira quinzena conseguiu trazer fôlego ao mercado”, afirma.

     Maia ressalta que mesmo com o bom desempenho das exportações ao longo do mês, a oferta disponível no mercado doméstico se mostrou elevada. “O poder de barganha dos produtores nas negociações segue bastante limitado, por conta das margens operacionais deterioradas pelos altos custos de produção”, explica.

     Para junho, segundo o analista, a entrada da massa salarial na economia e a queda do spread entre a carne de frango e a suína são pontos que podem levar a uma melhora do consumo na primeira quinzena do mês.

     Levantamento mensal de SAFRAS & Mercado apontou que a média de preços do quilo do suíno vivo na região Centro-Sul do Brasil caiu de R$ 6,88 para R$ 5,43 ao longo de maio. A média de preços pagos pelos cortes de pernil no atacado recuou 8,93% no decorrer do mês, de R$ 12,64 para R$ 11,51. A carcaça registrou um valor médio de R$ 8,36, retração de 25,42% frente ao início de maio, quando era cotada a R$ 11,21.

     As exportações de carne suína “in natura” do Brasil renderam US$ 190,641 milhões em maio (15 dias úteis), com média diária de US$ 12,709 milhões. A quantidade total exportada pelo país no período chegou a 72,558 mil toneladas, com média diária de 4,837 mil toneladas. O preço médio ficou em US$ 2.627,40.

     Em relação a maio de 2020, houve alta de 18,13% no valor médio diário da exportação, ganho de 6,64% na quantidade média diária exportada e valorização de 10,78% no preço médio. Os dados são do Ministério da Indústria, Comércio e Serviços e foram divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior.

     A análise mensal de preços de SAFRAS & Mercado apontou que a arroba suína em São Paulo baixou de R$ 160,00 para R$ 105,00. Na integração do Rio Grande do Sul o quilo vivo caiu de R$ 5,65 para R$ 5,60. No interior do estado a cotação mudou de R$ 7,40 para R$ 5,50.

     Em Santa Catarina o preço do quilo na integração retrocedeu de R$ 5,80 para R$ 5,70. No interior catarinense, a cotação passou de R$ 7,40 para R$ 5,30. No Paraná o quilo vivo teve baixa de R$ 7,50 para R$ 5,30 no mercado livre, enquanto na integração o quilo vivo seguiu em R$ 5,60.

     No Mato Grosso do Sul a cotação em Campo Grande mudou de R$ 6,10 para R$ 5,00, enquanto na integração o preço retrocedeu de R$ 5,60 para R$ 5,50. Em Goiânia, o preço passou de R$ 7,70 para R$ 5,30. No interior de Minas Gerais o quilo do suíno recuou de R$ 7,90 para R$ 5,90. No mercado independente mineiro, o preço caiu de R$ 8,00 para R$ 6,00. Em Mato Grosso, o preço do quilo vivo em Rondonópolis baixou de R$ 6,05 para R$ 4,85. Já na integração do estado o quilo vivo mudou de R$ 5,60 para R$ 5,50.

     Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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