Preço do boi reage com maior demanda chinesa e retenção de oferta pelo pecuarista

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Porto Alegre, 10 de fevereiro de 2023 – O mercado físico do boi gordo sinalizou recuperação nos preços da arroba em boa parte do Brasil ao longo da semana. Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Fernando Iglesias, as negociações voltaram a ficar acima da referência média para animais padrão China na região Sudeste. “Esta tem sido a tônica do mercado nos últimos dias, com a indústria exportadora atuando de maneira mais contundente na compra de gado e com os patamares da arroba voltando para a casa de R$ 300,00”, afirma.

No Centro-Oeste também foram relatadas negociações acima da referência média durante a semana, em especial para o mercado sul-mato-grossense, seja por conta do maior interesse dos frigoríficos exportadores em atender o mercado chinês, seja pelo movimento de retenção de oferta adotado pelo pecuarista, mantendo os animais por mais tempo no campo em meio à situação favorável das pastagens. “Na região Norte, contudo, o mercado seguiu com menor propensão a reajustes. Mesmo assim, houve um tímido movimento nas cotações, com destaque para o Acre”, pontua.

Os preços a arroba do boi gordo na modalidade a prazo nas principais praças de comercialização do País estavam assim no dia 9 de fevereiro:

* São Paulo (Capital) – R$ 295,00 a arroba, alta de 3,51% frente aos R$ 285,00 da semana anterior.

* Minas Gerais (Uberaba) – R$ 295,00 a arroba, avanço de 3,51% frente aos R$ 285,00 da semana passada.

* Goiás (Goiânia) – R$ 270,00 a arroba, aumento de 1,89% frente aos R$ 265,00 da última semana.

* Mato Grosso do Sul (Dourados) – R$ 265,00, valorização de 3,92% frente aos R$ 255,00 da semana passada.

* Mato Grosso (Cuiabá) – R$ 252,00 a arroba, alta de 0,80% frente aos R$ 250,00 observados na semana anterior.

Preços dos cortes de dianteiro retomam alta no atacado

No mercado atacadista, Iglesias destaca que os preços se mostram de estáveis a mais altos durante a semana. “Houve mudanças nos cortes de dianteiro, que passaram de R$ 14,00 para R$ 15,10 por quilo durante a semana, avançando 7,86%. A expectativa é de continuidade deste movimento no curto prazo, mesmo que isso possa vir a ocorrer de maneira moderada”, alerta.

O grande limitador no momento permanece com a situação das proteínas concorrentes, em especial da carne de frango, que ainda indica sintomas d excesso de oferta. O preço dos cortes de traseiro sem manteve em R$ 20,00, por quilo.

Exportações de carne bovina confirmam bom desempenho em janeiro

As exportações totais de carne bovina em janeiro cresceram 7% na receita e 17% no volume (somando carne in natura + carne processada), em relação a janeiro de 2022, alcançando US$ 851,2 milhões e 183.817 toneladas. Em 2022, foram US$ 798,2 milhões e 157.461 toneladas. As importações da China representaram 57% deste volume, com receita US$ 485,3 milhões e 100.164 toneladas adquiridas. Em 2022, a China comprou 53.170 toneladas, com receita de US$ 329,8 milhões, representando 41,3% do total do mês. As informações são da Associação Brasileira de Frigoríficos (ABRAFRIGO), que compilou os dados da Secex – Secretaria de Comércio Exterior, do Ministério da Economia.

A entidade alertou, no entanto, para a significativa queda nos preços médios da operação de exportação: foram de US$ 5.069 por tonelada em janeiro de 2022 para US$ 4.630 por tonelada em janeiro de 2023, queda de 8,6%. As renegociações de contratos que a China vem promovendo nas suas compras de carne bovina foi o que mais contribuiu para essa redução, levando a uma queda em valor dos US$ 6.204 pagos por tonelada em janeiro de 2022 para US$ 4.845 por tonelada em janeiro de 2023.

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Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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