Porto Alegre, 23 de junho de 2023 – O mercado físico de boi gordo voltou a trabalhar com preços de estáveis a mais altos para arroba ao longo da semana. O destaque ficou com o avanço de preços em Mato Grosso do Sul, muito embora o analista de SAFRAS & Mercado, Fernando Iglesias, acredite que o movimento de alta nas cotações pode ganhar consistência em todo o país na virada do mês.
Ele observa que as escalas de abate já apontam para um encurtamento em grande parte do país, da mesma maneira que os frigoríficos se mostram menos estocados se comparado ao mês de maio. “A oferta de bois terminados é menor neste momento e tende a diminuir ainda mais em julho, período em que não haverá grande volume de animais confinados no mercado, com uma oferta residual de animais terminados a pasto”, pontua.
O mercado físico do boi gordo deu sinais de acomodação ao longo da semana. O analista de SAFRAS & Mercado, Fernando Iglesias, destaca que o movimento de queda perdeu intensidade em grande parte do país, embora o mercado ainda não tenha conseguido apresentar fôlego para que houvesse uma recuperação nos preços da arroba.
Iglesias afirma que a indústria frigorífica ainda conta com escalas de abate confortáveis. Assim, a expectativa é de que efetivamente haja maior propensão a reajustes durante a virada de junho para julho, período em que haverá oferta residual de animais de safra e inexpressiva oferta de animais confinados.
O analista faz a ressalva, porém, de que o mercado se ressente de elementos de demanda que justifiquem altas expressivas da arroba do boi gordo em 2023. “Há necessidade de um fato novo que altere esse prognóstico”, avalia.
Em São Paulo, Capital, a referência para a arroba do boi a prazo foi mantida em R$ 250,00 na semana. Em Dourados (MS), a arroba avançou 4,35%, de R$ 230,00 para R$ 240,00 na modalidade a prazo. Em Cuiabá (MT), a arroba continuou em R$ 215,00. Em Uberaba (MG), o preço a prazo foi cotado a R$ 225,00 por arroba, inalterado frente à semana passada. Em Goiânia (GO), a indicação foi de R$ 225,00, estável na comparação à última semana.
Mercado atacadista encerra semana com preços estáveis
O mercado atacadista encerrou a semana apresentando estabilidade em seus preços frente à anterior. O quilo do corte do traseiro foi mantido a R$ 18,15. Já o corte do dianteiro foi vendido a R$ 13,30 por quilo na semana. “O ambiente de negócios volta a sugerir pouco espaço para reajustes em um período tradicionalmente pautado pelo menor apelo ao consumo”, disse Iglesias.
Outro aspecto a ser mencionado é que as proteínas concorrentes, em especial a carne de frango, seguem mais competitivas se comparado a carne bovina, o que é relevante para a parcela da população de menor renda.
Exportações
As exportações de carne bovina fresca, congelada ou refrigerada do Brasil renderam US$ 585,563 milhões em junho (11 dias úteis), com média diária de US$ 53,233 milhões. A quantidade total exportada pelo país chegou a 114,541 mil toneladas, com média diária de 10,412 mil toneladas. O preço médio da tonelada ficou em US$ 5.112,20.
Em relação a junho de 2022, houve alta de 7,4% no valor médio diário da exportação, ganho de 43,5% na quantidade média diária exportada e desvalorização de 25,1% no preço médio. Os dados foram divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior.
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Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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