Porto Alegre, 7 de agosto de 2020 – O mercado brasileiro de arroz iniciou o mês de agosto mantendo a rotina de alta nos preços. Na média do Rio Grande do Sul, principal referencial nacional, a indicação ficou em R$ 70,05 por saca de 50 quilos no dia 6 de agosto, ante R$ 67,05 por saca no dia 30 de julho. Em 30 dias, a alta acumulada era de 10,98%. Frente ao mesmo período do ano anterior, a elevação chegava a 62,37%.
“Com a demanda ainda superior à oferta no mercado doméstico, os preços seguem subindo fortemente e atingem patamares históricos”, destaca o analista de SAFRAS & Mercado, Gabriel Viena. “O país vem exportando grandes volumes de arroz e enxugando a oferta doméstica nesta temporada”, pondera.
Conforme Viana, a necessidade de importação no final do semestre e início do ano que vem é certa e compradores domésticos ficam de olho nas safras dos países vizinhos do Mercosul.
A exportação brasileira de arroz no acumulado desta temporada 2020/21, entre março e junho, já atingiu o volume de 799 mil toneladas, segundo dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC). Já a importação foi de 326 mil toneladas no período.
No acumulado da temporada, o saldo comercial é positivo em 472,2 mil toneladas em base casca. “Volume muito superior ao mesmo período do ano passado, quando o saldo era de positivo em 100 mil toneladas”, exemplifica Viana.
Estes grandes volumes exportados estão mantendo os preços domésticos firmes, segundo o analista. “E, sem que ocorra grande desvalorização do dólar frente ao real nas próximas semanas, a exportação deve seguir firme e obrigar compradores domésticos a importarem grandes volumes dos países vizinhos como Paraguai, Argentina e Uruguai pelo resto da temporada”, prevê.
Rodrigo Ramos (rodrigo@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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