Preço do arroz estanca queda, mas junho ainda é negativo

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Porto Alegre, 30 de junho de 2023 – O mercado interno de arroz manteve-se calmo nesta quinta-feira (29) e com preços predominantemente estáveis. “Embora as unidades beneficiadoras tenham adotado uma postura cautelosa em relação à compra de arroz em casca, a demanda externa pelo grão brasileiro tem sido um fator de sustentação para as cotações internas”, explica o analista e consultor de SAFRAS & Mercado, Evandro Oliveira.  

De acordo com o último relatório de embarques nos portos brasileiros, o line-up, há cerca de 28,2 mil toneladas programadas para embarque ainda em junho, enquanto pelo menos 35 mil toneladas já estão agendadas para a primeira semana de julho.

A média da saca de 50 quilos de arroz em casca no Rio Grande do Sul, principal referencial nacional, fechou o dia 29 cotada a R$ 81,77, apresentando um recuo de 0,11% em relação à semana anterior. Em comparação ao mesmo período do mês passado, houve uma queda de 1,08%. E um aumento de 10,40% quando comparado ao mesmo período de 2022.

“A expectativa de menor disponibilidade do grão para o ano de 2023 começa a refletir nos preços, limitando as perdas recentes e possivelmente iniciando uma reversão de tendência”, pondera o analista. “Para esse segundo semestre, espera-se uma redução no volume exportado e uma demanda interna menor em comparação com o histórico do setor”, frisa. “No entanto, a redução na safra nacional deverá resultar em estoques mais baixos, o que pode ter um impacto positivo nos indicativos do arroz em casca”, acrescenta.

É importante ressaltar que ainda existem comportamentos regionais distintos, o que tem causado grande disparidade nos valores de compra e venda. “Essas variações estão sendo influenciadas pela disponibilidade do produto e pela necessidade da ponta compradora”, explica Oliveira.

Os orizicultores estão aguardando novas oportunidades de vendas externas, buscando maior liquidez e escoamento do cereal, o que pode resultar em uma melhor remuneração pelo seu produto. “Por outro lado, as indústrias demonstram pouco interesse em adquirir mais matéria-prima, pois estão bem abastecidas e trabalhando com estoques disponíveis, buscando oportunidades no mercado varejista”, finaliza o consultor.

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Rodrigo Ramos/ Agência SAFRAS

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