Porto Alegre, 17 de dezembro de 2021 – O mercado brasileiro de arroz encerrou a primeira quinzena de dezembro com cotações praticamente estáveis. A saca de 50 quilos do cereal em casca no Rio Grande do Sul, que é o principal referencial nacional, tinha média próxima a R$ 62,00.
“O mercado parece entender que os preços estão muito próximos do piso da temporada”, destaca o analista de SAFRAS & Mercado, Gabriel Viana. “Estamos em um período da temporada em que, sazonalmente, os preços não têm força para recuperação”, lembra.
O início da colheita da safra gaúcha em meados de março costuma trazer recuos significativos nos preços aos produtores. E, com o ritmo muito lento de exportação na temporada, os estoques de passagem estão elevados, não dando espaço para que uma escassez na oferta de entressafra dê suporte para preços nos próximos meses.
Além disso, uma forte elevação das exportações nos próximos meses é muito improvável devido aos altos custos de fretes marítimos enfrentados pelo cereal neste segundo semestre. “A falta de containers para o transporte de arroz e outras commodities não deve ter uma solução no curto prazo”, aposta Viana. É esperado que, caso chegue a uma resolução, seja apenas no final do primeiro semestre de 2022. “Em resumo, mesmo que a exportação acelere, dificilmente a redução dos estoques chegará a tempo de dar suporte aos preços antes da entrada da nova safra gaúcha”, pondera.
Segundo a Emater, o plantio do arroz no Rio Grande do Sul atingia 98% da área no dia 16 de dezembro. Em igual momento do ano passado, eram 100%. A média para os últimos cinco anos é de 99%. Os cultivos estão sendo beneficiados pelas condições favoráveis de desenvolvimento, por se tratar de cultura com água disponível para todo o ciclo. A intenção de plantio é projetada em 943.893 hectares.
Rodrigo Ramos/ Agência SAFRAS
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