Porto Alegre, 19 de abril de 2024 – O mercado físico do boi gordo registrou preços estáveis na maioria das praças de comercialização do Brasil. O analista de Safras & Mercado, Fernando Iglesias, destaca que a pressão de queda nas cotações diminuiu, em razão do bom volume de chuvas no centro-norte do país, o que permite ao pecuarista manter o gado por mais tempo no pasto.
Ele alerta, porém, que o clima esperado para maio e junho indica uma diminuição das chuvas pelo Brasil, o que deve fazer com que o pecuarista perca a capacidade de cadenciar o ritmo de negócios, o que pode contribuir para o retorno da pressão de oferta no ciclo final de safra, contribuindo para reduzir os preços da arroba.
Iglesias acredita que no restante de abril até a primeira quinzena de maio, com a comemoração do Dia das Mães, os preços da arroba devem seguir de acomodados a mais firmes, mudando de patamar desse período em diante.
Apesar da oferta se mostrar mais ajustada nesse momento, os frigoríficos também indicam certa tranquilidade no que tange às intenções de compra, mantendo escalas de abates fechadas entre sete a dez dias úteis.
Os preços a arroba do boi gordo na modalidade a prazo nas principais praças de comercialização do País estavam assim no dia 18 de abril:
* São Paulo (Capital) – R$ 230,00 a arroba, estável frente à semana anterior.
* Goiás (Goiânia) – R$ 215,00 a arroba, inalterado na comparação com a semana anterior.
* Minas Gerais (Uberaba) – R$ 225,00 a arroba, sem mudanças frente à semana passada.
* Mato Grosso do Sul (Dourados) – R$ 225,00 a arroba, estável frente à semana passada.
* Mato Grosso (Cuiabá) – R$ 214,00 a arroba, sem alterações em comparação aos valores praticados na semana anterior.
Atacado
O mercado atacadista apresentou preços estáveis no decorrer da semana. O quarto traseiro do boi seguiu cotado a R$ 18,00 por quilo. O quarto dianteiro do foi se manteve a R$ 14,00 por quilo.
Para Iglesias, no entanto, o quadro ainda é preocupante, considerando uma reposição mais lenta entre atacado e varejo durante a segunda quinzena do mês, somado ao cenário traçado para a carne de frango, que ainda conta com excesso de oferta no mercado doméstico.
Exportações
As exportações de carne bovina fresca, congelada ou refrigerada do Brasil renderam US$ 470,828 milhões em abril (10 dias úteis), com média diária de US$ 47,082 milhões. A quantidade total exportada pelo país chegou a 104,326 mil toneladas, com média diária de 10,432 mil toneladas. O preço médio da tonelada ficou em US$ 4.513.
Em relação a abril de 2023, há alta de 61,2% no valor médio diário da exportação, ganho de 70,6% na quantidade média diária exportada e desvalorização de 5,5% no preço médio. Os dados foram divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior.
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Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Safras News
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