PIB deve subir 3,2% em 2022 na zona do euro e 3,3% na União Europeia

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     Porto Alegre, 11 de novembro de 2022 – O boletim de Previsões Econômicas do Outono, publicado pela Comissão Europeia nesta sexta-feira, atualiza as previsões de crescimento da União Europeia e zona do euro.

     No quesito PIB, o crescimento projetado para 2022 é de 3,2% na zona do euro e de 3,3% na União Europeia. O impulso no crescimento no começo deste ano foi devido ao relaxamento das restrições da Covid-19, mas essa tendência não deve se manter até o final de 2022.”Num contexto de incerteza elevada, pressões elevadas sobre os preços da energia, erosão do poder de compra das famílias, ambiente externo mais fraco e condições de financiamento mais restritivas deverão levar a União Europeia, a zona do euro e a maioria dos Estados-Membros à recessão no último trimestre do ano”, informa o relatório.

     Mas, com a inflação em tendência de alta (ela deve ficar em 8,5% na zona do euro e em 9,3% na União Europeia em 2022), o crescimento do PIB em 2023 será bastante afetado: apenas 0,3% na zona do euro e União Europeia. “Espera-se que o crescimento volte à Europa na primavera, à medida que a inflação afrouxa gradualmente o seu domínio sobre a economia. No entanto, com fortes ventos contrários que ainda impedem a demanda, a atividade econômica deve ser moderada”.

     A recuperação no crescimento deverá vir somente em 2024, que deverá ficar em 1,5% na zona do euro e 1,6% na União Europeia. Já a inflação terá trajetória de queda, mas ainda assim alta para os padrões europeus, em 2023, ficará em 6,1% na zona do euro e 7% na União Europeia.

     “As revisões dos dados refletem principalmente preços atacadistas de gás e eletricidade significativamente mais altos, que exercem pressão sobre os preços de energia no varejo, bem como sobre a maioria dos bens e serviços da cesta de consumo”.

     Esses resultados se refletem no déficit na região projetado para 2022: 3,4% do PIB na União Europeia e 3,5% na zona do euro. “Em 2023, o déficit orçamental agregado deverá, no entanto, aumentar ligeiramente novamente [para 3,6% na União Europeia e 3,7% na zona do euro], à medida que a atividade econômica enfraquece, as despesas com juros aumentam e os governos alargam ou introduzem novas medidas discricionárias para mitigar o impacto dos preços elevados da energia”.

     As perspectivas econômicas permanecem cercadas por um grau excepcional de incerteza, à medida que a guerra da Rússia contra a Ucrânia continua e o potencial para novas perturbações econômicas está longe de se esgotar.

     “A maior ameaça vem de desenvolvimentos adverso no mercado de gás e o risco de escassez, especialmente no inverno de 2023-24. Além do fornecimento de gás, a União Europeia continua direta e indiretamente exposta a novos choques em outros mercados de commodities que repercutem em tensões geopolíticas”, informa o relatório.

     A inflação mais duradoura e possíveis ajustes desordenados nos mercados financeiros globais ao novo ambiente de altas taxas de juros também continuam sendo fatores de risco importantes. Ambos são amplificados pelo potencial de inconsistência entre os objetivos da política fiscal e monetária.

     “Este é um ponto de virada para a economia da União Europeia, pois lidamos com as consequências da guerra não provocada da Rússia contra a Ucrânia e um ambiente geopolítico complexo: altos preços de energia alimentando a inflação, pessoas em toda a Europa lutando com o aumento do custo de vida e nossas empresas perdendo competitividade. Após um desempenho econômico relativamente forte este ano, as perspectivas econômicas para o próximo ano. Mas um mercado de trabalho forte, juntamente com reformas e investimentos no Mecanismo de Recuperação e Resiliência, deve ajudar a apoiar a economia”, disse Valdis Dombrovskis, vice-presidente executivo da Comissão Europeia.

     As informações partem da Agência CMA.

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     Revisão: Sara Lane (sara.silva@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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