Porto Alegre, 18 de março de 2021 – O preço atual do algodão no mercado internacional e, consequentemente, no brasileiro, surpreendeu positivamente a SLC Agrícola, que esperava cotações mais achatadas da commodity devido a pandemia do novo coronavírus. “O algodão foi uma surpresa para nós”, destacou o diretor presidente Aurélio Pavinato, durante coletiva de imprensa realizada há pouco.
Conforme o dirigente, uma conjunção de fatores garantiu uma recuperação nas cotações, após o impacto inicial da covid-19, que deteriorou os preços da pluma na Bolsa de Nova York. “Na hora da tomada de decisão de plantar no Hemisfério Norte, que corresponde por 85% da safra mundial, os preços menores pela pandemia fizeram os produtores reduzirem a área na temporada 2020/21”, explica. Segundo ele, o clima desfavorável também prejudicou os rendimentos das lavouras em importantes países produtores.
“A produção mundial na safra 2019/20 ficou em 122 milhões de fardos, enquanto o consumo foi estimado em apenas 103 milhões de fardos devido à pandemia”, lembra o diretor. “Já na temporada 2020/21, a produção recuou para 114 milhões de fardos e o consumo foi projetado em 117 milhões de fardos”, relata. “Associados a recuperação do petróleo, que deixa a pluma mais competitiva em relação às fibras sintéticas, trouxeram suporte às cotações”, pondera.
Outro ponto positivo abordado por Pavinato foi o controle da pandemia na China. “Ela voltou a importar muito”, ressalta. “Tudo isto permite termos o algodão cotado acima de US$ 0,80 por libra-peso na Bolsa de Nova York”, explica. “E acima de US$ 0,70 para negócios futuros”, acrescenta.
“Não podemos esquecer que a recuperação dos grãos na Bolsa de Mercadorias de Chicago também dá suporte à pluma, pois pode significar menos área de algodão na hora da tomada de decisão para plantar”, finaliza.
Rodrigo Ramos (rodrigo@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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