Porto Alegre, 6 de janeiro de 2021 – O Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) foi unânime na reunião de política monetária de dezembro em considerar necessária a manutenção das compras de ativos pelo menos no ritmo atual, embora alguns membros tenham indicado que estavam abertos a ponderar aquisições de títulos do Tesouro de prazo mais longo, segundo a ata do encontro realizado nos dias 15 e 16 do mês passado.
“Os membros geralmente julgaram que o programa de compra de ativos, conforme estruturado, estava proporcionando uma acomodação política muito significativa”, diz o documento.
A ata mostra ainda que alguns membros observaram que o Fomc poderia considerar ajustes futuros em suas compras de ativos – como aumentar o ritmo das compras de títulos ou ponderar as compras de títulos do Tesouro em relação àqueles que tinham vencimentos remanescentes mais longos – se tais ajustes fossem considerados adequados para apoiar a realização dos objetivos de pleno emprego e estabilidade de preços.
Na reunião do Fed do mês passado, as autoridades atualizaram sua orientação formal sobre por quanto tempo suas compras mensais de ativos de US$ 120 bilhões continuariam, complementando uma promessa anterior que estabeleceu um padrão mais elevado para o ajuste da taxa de juros, atualmente próxima de zero.
O Fed vem comprando US$ 80 bilhões em títulos do Tesouro e US$ 40 bilhões em títulos hipotecários por mês desde junho, e antes da reunião havia prometido manter essas compras “nos próximos meses”. O banco central atualizou essa orientação na reunião, declarando que as compras continuariam “até que progressos substanciais sejam feitos” em direção a suas metas mais amplas de emprego e inflação.
Com os juros perto de zero desde março do ano passado, as compras de ativos tornaram-se a principal alavanca com a qual as autoridades do Fed poderiam aumentar ou diminuir o estímulo fornecido para a economia norte-americana. É importante lembrar, no entanto, que na semana seguinte à reunião, o Congresso concordou em um pacote de ajuda de alívio ao novo coronavírus de US$ 900 bilhões.
Economia
Sobre a economia, a ata confirmou o que o presidente do Fed, Jerome Powell, vinha afirmando nas semanas anteriores ao encontro de dezembro: há uma resiliência em meio a pandemia, mas o ritmo de recuperação perdeu um pouco da força com o aumento de casos de covid-19 nos Estados Unidos.
O processo de vacinação, que está em andamento no país, deve dar algum suporte à economia se ocorrer como o esperado, mas os riscos e as incertezas ainda são elevados.
“Esses riscos incluíam a possibilidade de que o lançamento da vacina não ocorresse tão bem quanto o previsto, o potencial para desenvolvimentos adversos nas negociações sobre a retirada do Reino Unido da União Europeia e o potencial de deterioração em setores já tensos, como os que envolvem pequenas empresas e certos segmentos de imóveis comerciais”, diz a ata.
Diante desse cenário, os membros confirmaram o compromisso de oferecer todas as ferramentas para apoiar a economia e para atingir o mandato duplo.
As informações são da Agência CMA.
Revisão: Gabriel Nascimento (gabriel.antunes@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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