Porto Alegre, 16 de setembro de 2020 – A decisão do Governo Federal de retirar a Tarifa Externa Comum (TEC) para 400 mil toneladas de arroz de fora do Mercosul até 31 de dezembro é um freio “psicológico” na alta dos preços. A afirmação foi feita pelo analista de SAFRAS & Mercado, Gabriel Viana.
Para o analista, a retirada da TEC deverá ter um impacto diminuto nos preços, já que o montante de 400 mil toneladas representa menos de um mês de consumo. “Na verdade, são 20 dias”, relata. “A possibilidade da média da saca gaúcha baixar de R$ 100 é pequena. Dependeria de uma queda significativa do dólar”, pondera.
Por enquanto, apesar de grande volatilidade, a moeda norte-americana tem oscilado entre R$ 5,20 e R$ 5,30, nível favorável às exportações. “Além do dólar alto, os preços internacionais estão elevados, o que dificulta as importações”, acrescenta.
Na temporada 2020/21, entre março e agosto, foram exportadas 1,311 milhão de toneladas e importadas 440 mil toneladas. Com isso, o saldo da balança comercial agora é de 871 mil toneladas positivas. “Com estoques de passagem muito curtos na temporada 2020/21 (março de 2020 a fevereiro de 2021), o Brasil vai precisar importar mais 1,2 milhão de toneladas até fevereiro”, prevê Viana. “Dependendo das exportações, a necessidade pode ser até maior”, adverte.
Com a retirada da TEC, Viana acredita que as principais origens de fora do Mercosul devem ser os Estados Unidos e a Índia. “Atualmente, a saca de 50 quilos de arroz em casca vinda destes países chega próxima a R$ 100 no mercado brasileiro”, salienta.
Para o produtor brasileiro que ainda tem arroz estocado, Viana acredita que este é um bom momento para negociar e aproveitar o atual patamar de preços.
Rodrigo Ramos (rodrigo@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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