Pandemia continua a moldar perspectivas econômicas, dizem membros do BCE – Ata

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     Porto Alegre, 13 de janeiro de 2022 – Os membros do Banco Central Europeu (BCE) reconheceram que a pandemia e o surgimento da variante Ômicron ainda continuarão pesando nas perspectivas de crescimento econômico, de acordo com a ata da última reunião realizada em dezembro.

     “A economia global continua em um caminho de recuperação, embora os gargalos persistentes na oferta, o aumento dos preços das commodities e o surgimento da variante Ômicron do coronavírus continuem a pesar nas perspectivas de crescimento no curto prazo.”, diz a ata.

     Segundo os membros, as perspectivas de crescimento para a economia mundial se mantiveram inalteradas em 2022. “Em comparação com as projeções anteriores, as perspectivas de crescimento para a economia mundial nas projeções macroeconômicas elaboradas por especialistas do Eurosistema de dezembro de 2021 foram revistas em baixa para 2021, mantiveram-se inalteradas em 2022 e foram revistas em alta para 2023”.

     Para o PIB global, excluindo a zona do euro, a estimativa é que aumente para 6,0% em 2021, antes de desacelerar para 4,5% em 2022, 3,9% em 2023 e 3,7% em 2024. “Isso reflete o impacto adverso dos gargalos de fornecimento em curso nas importações globais”, diz o documento.

     De acordo com a ata, a economia da zona do euro continua a se recuperar e espera-se que se recupere fortemente ao longo do ano. Para os membros, continuação da recuperação econômica deverá ser impulsionada por uma procura interna robusta.

     A inflação é outro ponto de destaque no documento. Segundo os membros, a inflação aumentou ainda mais para 4,9% em novembro e permanecerá acima de 2% durante a maior parte de 2022. “A subida da inflação reflete principalmente um forte aumento dos preços dos combustíveis, gás e eletricidade”. Com informações da Agência CMA.

     Para os membros, a acomodação monetária ainda é necessária para que a inflação se estabilize na meta de inflação de 2% do BCE no médio prazo. “Face à atual incerteza, o Conselho do BCE necessita de manter a flexibilidade e a opcionalidade na condução da política monetária”, diz a ata.

     Em vista de tudo isso, o BCE optou por descontinuar a compra de ativos sob o programa de compra de emergência pandêmica (PEPP, na sigla em inglês) ao final de março. Além disso, o banco central decidiu um ritmo mensal de compra líquida de 40 bilhões de euros no segundo trimestre e 30 bilhões de euros no terceiro trimestre sob o programa de compra de ativos (APP).

     “O Conselho do BCE está pronto para ajustar todos os seus instrumentos, conforme apropriado e em qualquer direção, para garantir que a inflação se estabilize na meta de 2% do BCE no médio prazo”, dizem os membros.

     Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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