Porto Alegre, 27 de dezembro de 2024 – O algodão em Nova York registrou, no acumulado do ano, perdas de 14%, em um período caracterizado por altos e baixos. Entre fevereiro e abril de 2024, o preço do algodão sustentou bons ganhos, chegando a ser negociado acima de 85 centavos. Esse avanço serviu como gatilho para as fixações de vendas da safra 2024/25 por parte dos produtores, garantindo excelente rentabilidade em boa parte da comercialização, segundo a Safras Consultoria.
Após esse período de alta, o mercado entrou em forte queda, refletindo o aumento da oferta com a chegada da produção no Brasil e nos Estados Unidos. A demanda mais fraca, especialmente da China, também contribuiu para as perdas.
Embora o algodão tenha reagido no final do ano, impulsionado pelas incertezas sobre a safra norte-americana devido ao clima seco, os preços voltaram a cair na Bolsa de Nova York. A pressão vendedora e a lentidão na demanda fizeram com que o mercado voltasse a testar o fundo em torno de 68 centavos, conforme análise da Safras Consultoria.
No mercado físico, o algodão esteve mais ativo e valorizado, descolando-se de Nova York. Esse movimento encontrou sustentação na demanda doméstica mais agressiva. Além disso, a disparada do dólar beneficiou o produto nacional em relação ao concorrente importado.
O aquecimento da economia local também estimulou a demanda interna. Por outro lado, os vendedores adotaram uma postura defensiva e dosaram a oferta. Como resultado, o algodão colocado na indústria de São Paulo subiu para R$ 4,18 a libra-peso na segunda quinzena de dezembro, o que corresponde a um avanço nominal de pouco mais de 4% em relação ao início do ano.
Em Rondonópolis, no Mato Grosso, o algodão em pluma é indicado a R$ 3,99 por libra-peso (equivalente a R$ 132,03 por arroba), o que corresponde a R$ 0,19 por libra-peso abaixo do preço colocado na indústria em São Paulo. Ao longo do ano, a fibra chegou a trocar de mãos por R$ 4,14 no pico de alta, no início de março, mas também caiu para R$ 3,62 por libra-peso em maio, pressionada pela chegada da safra. No ano, acumula ganho de 6,82%, com a alta do dólar compensando, com folga, as perdas na bolsa e garantindo o avanço nos preços no mercado físico disponível.
Sara Lane (sara.silva@safras.com.br) / Safras News
Copyright 2024 – Grupo CMA