O painel da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e Aliados (Opep+) provavelmente manterá a política atual de aumento da produção de petróleo quando se reunir na segunda-feira, segundo quatro delegados do grupo informaram à agência Reuters. A decisão acompanha o plano vigente para que oito membros elevem a produção em 548 mil barris por dia (bpd) em agosto, aproveitando a alta sazonal da demanda no verão para absorver a oferta extra. A reunião do Comitê Ministerial Conjunto de Monitoramento (JMMC) está marcada para às 9h (horário de Brasília) e pode recomendar ajustes na política, mas no momento o grupo parece focado em seguir a estratégia de recuperação de sua participação no mercado.
Desde abril, a Opep+ vem revertendo um corte voluntário de 2,2 milhões de bpd, com aumentos graduais que foram de 138 mil bpd em abril, saltando para 411 mil bpd nos meses de maio, junho e julho, e agora para 548 mil bpd em agosto. A expectativa também é de novo incremento de 548 mil bpd em setembro, o que praticamente encerraria o cancelamento total desses cortes recentes ainda no terceiro trimestre. O grupo é formado pelos membros da Opep e aliados, como Rússia e Emirados Árabes Unidos, que juntos respondem por cerca de metade da produção mundial de petróleo.
A decisão de manter a política de aumentos graduais busca equilibrar o objetivo de ampliar a participação no mercado global, especialmente diante da pressão dos EUA para que Opep produza mais e contenha os preços dos combustíveis, com a necessidade de sustentar preços em patamares que mantenham receitas adequadas aos países produtores. O consumo elevado do verão no hemisfério Norte tem ajudado a manter os estoques globais baixos, o que apoia os preços, com o Brent operando próximo de US$ 70 por barril recentemente.
Apesar do aumento da produção, nem todos os membros da Opep+ elevaram seu fornecimento à cota máxima, contribuindo para limitar maiores quedas nos preços. O ritmo contínuo de aumento da oferta e as condições de mercado serão monitorados, e o JMMC pode recomendar mudanças conforme a evolução da demanda e dos estoques globais.

