A Opep+ decidiu neste domingo (2) aprovar um pequeno aumento na produção de petróleo em dezembro de 2025, de 137 mil barris por dia. O cartel decidiu também pausar novos aumentos entre janeiro e março de 2026. A medida reflete a preocupação crescente de que o mercado possa enfrentar um excesso de oferta no início do próximo ano. Desde abril, o grupo elevou gradualmente suas metas de produção em cerca de 2,9 milhões de barris por dia (aproximadamente 2,7% da oferta global), mas vem reduzindo o ritmo diante de previsões de sobreoferta.
As novas sanções ocidentais contra a Rússia, impostas pelos Estados Unidos e pelo Reino Unido, dificultam o aumento da produção do país, que enfrenta limitações adicionais em suas principais petroleiras, Rosneft e Lukoil.
Os oito membros da Opep+ (Arábia Saudita, Rússia, Emirados Árabes Unidos, Iraque, Kuwait, Omã, Cazaquistão e Argélia) decidiram manter os ajustes graduais até dezembro. Além disso, vão suspender os aumentos no primeiro trimestre de 2026 devido à sazonalidade e à fragilidade esperada da demanda nesse período.
Pausa estratégica
Especialistas avaliam que a pausa é uma estratégia calculada para proteger os preços e evitar instabilidade. O analista Jorge Leon, da Rystad Energy, afirmou que “as sanções sobre produtores russos adicionaram uma nova camada de incerteza”. No entanto, ele também afirma que “produzir demais agora poderia sair caro no futuro”.
Segundo Amrita Sen, da Energy Aspects, o grupo demonstra estar gerindo o mercado de forma preventiva, já que o primeiro trimestre costuma ser o mais fraco para consumo de petróleo e equilíbrio de estoques.
Os preços do barril, que haviam caído para US$ 60 em outubro, se recuperaram para cerca de US$ 65 após o anúncio das sanções e sinais de cautela da Opep+. A entidade vinha reduzindo a produção há anos, com cortes que chegaram a 5,85 milhões de barris por dia em março, parte deles voluntários.
A expectativa é de que as reduções mais amplas permaneçam até o fim de 2026. Os oito principais membros voltarão a se reunir em 30 de novembro, no mesmo dia da reunião geral da Opep+, para revisar o cenário.

