Porto Alegre, 04 de setembro de 2019 – A Organização Mundial do Açúcar (OIA) divulgou seu relatório trimestral de acompanhamento do mercado nesta semana, trazendo números bem diferentes de três meses atrás, que acabaram trazendo forte impacto negativo nas cotações internacionais. Em suma, a entidade descartou sua projeção anterior, de que o mercado global de açúcar apresentaria em 2019/20 o maior déficit de oferta em 11 anos na atual temporada.
A entidade previra em maio que a temporada 2019/20, que será encerrada em outubro, teria um déficit de 9,298 milhões de toneladas, mas cortou agora essa estimativa para um déficit de apenas 136 mil toneladas. “O balanço global mudou consequentemente do maior déficit em 11 anos para uma neutralidade”, salientou a entidade em seu relatório trimestral de setembro. A OIA, no entanto, projeta para 2020/21 um déficit de oferta na ordem de 724 mil toneladas, ao contrário da maior parte dos analistas, que apontam para um largo superávit.
Como resultado da neutralidade esperada agora na relação entre oferta e demanda para a temporada que está na reta final, os futuros do açúcar despencaram. Em Nova York, durante as intradiárias da sessão da quinta-feira, os contratos futuros do açúcar bruto chegaram a romper suportes gráficos, operando abaixo da linha de 12 centavos de dólar por libra-peso, pressionados também pela desvalorização do petróleo.
Com isso, a posição outubro do açúcar bruto negociado na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fechou a sessão da quinta-feira (03) a 12,07 centavos, com queda de mais de 4% em relação aos patamares de fechamento da semana passada, quando os contratos estavam cotados a 12,60 centavos.
Fábio Rübenich (fabio@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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