Oferta limitada e boa demanda elevam cotações do feijão preto, enquanto carioca segue de lado

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Porto Alegre, 7 de junho de 2024 – O mercado brasileiro de feijão carioca iniciou junho com boa oferta, destacando-se a negociação de uma carga extra nota 9,5 de escurecimento lento, proveniente do sul de Minas Gerais. De acordo com o analista e consultor da Safras & Mercado, Evandro Oliveira, a maior parte das ofertas, no entanto, vem do Paraná, seguido por Minas Gerais.

“A expectativa é de que o mercado se mantenha firme, com possíveis ajustes pontuais nos preços dependendo da qualidade dos grãos e da demanda dos compradores”, explicou.

Aproximadamente 28 mil sacas foram ofertadas ao longo da semana, das quais pelo menos 7 mil foram vendidas. Conforme relata Oliveira, a presença de compradores tem sido bastante escassa na bolsa, e a oferta de lotes de feijão carioca extra nota 9,5 disponíveis é limitada.

De acordo com o consultor, a oferta nas fontes é baixa e a negociação está prejudicada pela disparidade entre o valor desejado pelos compradores e o preço alvo dos produtores. Fatores como contratempos climáticos e a incidência de pragas específicas da cultura têm potencialmente impactado a produção da segunda safra. Apesar disso, a oferta permanece bem acima do interesse de compra. Em um mercado sobre ofertado e com preços fragilizados, as indústrias tendem a operar com estoques mínimos, adquirindo apenas o necessário para cumprir seus compromissos.

Nas cotações regionais, em Cristalina (Goiás), os preços variam entre R$ 235,00 e R$ 275,00 por saca. Em Patos de Minas (Minas Gerais), os preços estão entre R$ 250,00 e R$ 290,00 por saca.

Feijão preto

O mercado de feijão preto começou a semana travado, com preços apenas nominais. Na segunda-feira, um dos melhores dias para comercialização, não foram ofertados volumes significativos na bolsa. Com os trabalhos de colheita quase concluídos, os produtores mostram pouco interesse em comercializar e devem aguardar condições mais favoráveis para retomar as negociações.

No decorrer da semana, o mercado permaneceu estagnado, com cotações nominais e ausência contínua de ofertas na bolsa. A demanda dos exportadores no último mês tem sido um grande suporte, mantendo o mercado relativamente estável, apesar da baixa movimentação interna.

“A expectativa é que, com a manutenção da demanda, os preços possam encontrar algum suporte, evitando quedas significativas no curto prazo. No entanto, a retomada de maior atividade na bolsa dependerá da disposição dos produtores em aumentar a oferta, o que parece improvável no cenário atual de contenção estratégica”, relatou.

Após algumas sessões sem ofertas, o feijão preto voltou ao ambiente do Brás com pedidas ao redor de R$ 270,00 por saca, mas sem negócios concretizados. No campo, o mercado de feijão preto está sob pressão positiva, especialmente para mercadorias de qualidade extra.

Perto do fim de semana, o mercado se mostrou firme, especialmente para lotes de mercadoria extra, com melhores negócios sendo reportados. Aproximadamente 1,5 mil sacas foram ofertadas e todas foram comercializadas na madrugada de quinta-feira.

O feijão preto argentino já está sendo cotado até R$ 300,00 por saca. Rumores indicam novos contratos de exportação sendo firmados, com embarques ganhando ritmo e pelo menos 80 mil sacas destinadas ao México. Com os vendedores se retraindo, o mercado está ficando pouco ofertado e as cotações mantêm um viés de alta.

A colheita praticamente finalizada no estado do Paraná, maior produtor dessa variedade na segunda safra, adiciona pressão altista sobre os preços. No Rio Grande do Sul, conforme apontado pela EMATER/RS, a colheita continuou de forma acelerada a partir do final de maio. Condições ambientais mais favoráveis, como a presença de sol e temperaturas amenas, facilitaram a redução de umidade no solo e nos grãos, permitindo um avanço mais rápido na colheita. Contudo, as perdas no estado gaúcho podem superar 22% devido às condições adversas enfrentadas anteriormente.

Ritiele Rodrigues (ritiele.rodrigues@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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