Oferta de milho no primeiro semestre de 2021 tende a ser apertada – Live SAFRAS

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     Porto Alegre, 9 de outubro de 2020 – A oferta de milho no Brasil no primeiro semestre de 2021 tende a ser apertada, segundo a avaliação do consultor de SAFRAS & Mercado, Paulo Molinari, em live realizada por SAFRAS na tarde de hoje no Instagram.

     Molinari ressalta que com uma safra de verão 2020/21 mais enxuta, ao redor de 25 milhões de toneladas e com estoques de passagem ao redor de 7 milhões de toneladas, a oferta total deve ficar ao redor de 32 milhões de toneladas, abaixo de um consumo esperado para o período entre 36 a 37 milhões de toneladas. “Para a oferta suprir o consumo até junho será preciso fazer ajustes, seja no alojamento de pintos de corte, no uso industrial ou mesmo na maior necessidade de importação”, avalia.

     O consultor diz que é preciso avaliar a questão climática, uma vez que o fenômeno La Niña poderá trazer alguns efeitos na produção de milho verão, casos haja uma redução no volume de chuvas nos meses de novembro, dezembro e janeiro. “O La Niña também poderia afetar a produção de milho da Argentina, único mercado em condições de atender ao Brasil na importação no primeiro semestre. Hoje a safra da Argentina é estimada entre 50 e 51 milhões de toneladas, com um potencial de exportação entre 30 e 31 milhões de toneladas”, afirma.

     Para Molinari, o abastecimento de milho no Brasil somente será normalizado a partir de julho, quando deverá entrar no mercado a safrinha 2021, estimada até o momento em 82 milhões de toneladas por SAFRAS & Mercado. “Por enquanto está havendo um grande procura por sementes de milho voltados ao plantio da safrinha. Como os preços estão muito bons, a perspectiva é de que a área em 2021 venha novamente a ser recorde”, sinaliza.

     Molinari destaca, porém, que o potencial de produção da safrinha, porém, dependerá do período de plantio da soja, que já se mostra atrasado devido à falta de chuvas. “O ideal para a safrinha é um cultivo entre os meses de janeiro e fevereiro, para evitar maiores riscos climáticos, o que aconteceu em 2019. Neste ano o plantio ocorreu em fevereiro e março e o potencial de produção não conseguiu repetir o observado na safra 2018/19, pois houve efeitos de estiagem e perdas por geadas em alguns estados”, explica.

     Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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