Oceano Pacífico está frio e consolida chegada de La Niña – Rural Clima

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Porto Alegre, 13 de junho de 2024 – De acordo com o alerta agroclimático da Rural Clima, o Oceano Pacífico já se encontra frio em toda sua extensão, sinalizando a vinda consolidada da La Niña para o segundo semestre de 2024. No entanto, neste momento, ainda há um clima neutro, sem nenhum fenômeno climático em atuação.

Segundo o agrometeorologista da Rural Clima, Marco Antonio dos Santos, as condições climáticas imperam com neutralidade em todo o globo. Nos Estados Unidos, contudo, é possível observar um bom volume de chuvas nas regiões centrais, no meio oeste e no sul do país por conta de uma temperatura elevada do Oceano Atlântico. “Isso realmente vai fazer com que, em 2024, os Estados Unidos enfrentem uma maior quantidade de furacões”, pontua.

Com exceção do Pacífico, é possível observar uma temperatura elevada nas águas de diversas regiões do planeta. Marco também destaca as temperaturas na Índia e no Paquistão, que estão muito elevadas e atingem níveis acima de 50 graus. “Isso tem prejudicado lavouras de algodão e cana-de-açúcar. No sul da Ásia, o café também está sendo prejudicado pelo clima”.

O agrometeorologista destaca que este cenário tem trazido muita preocupação no mercado mundial. Por outro lado, toda a parte norte da Ásia, incluindo Rússia e Ucrânia, enfrenta um frio intenso que traz prejuízos e quebras na safra de trigo destes países.

“Na América do Sul, principalmente no Brasil, vimos chuvas torrenciais na faixa sul. Neste fim de semana a frente fria retorna para o país e traz fortes precipitações ao Rio Grande do Sul novamente, atingindo também áreas de Santa Catarina no início da semana e atrapalhando os trabalhos de plantio e manejo de trigo”, afirmou Marco.

O que os modelos indicam é que as chuvas só se consolidam, de fato, em outubro. “O fato de estar vindo uma La Niña vai realmente fazer com que as chuvas este ano cheguem tarde em toda a região central do Brasil. Ou seja, a tendência é que as precipitações só cheguem perto do final do ano em todo o Sudeste e Centro-Oeste”, ressalta.

Não são descartadas chuvas durante setembro, mas serão mais pontuais e sem uma regularização. Neste período, precipitações podem atingir o Mato Grosso, Minas Gerais, Goiás e São Paulo, mas em pouco volume. Há a possibilidade de que, em algumas regiões destes estados, fique mais de 20 dias sem chover.

Em contrapartida, estes meses devem ser muitos chuvosos no Sul, com muita umidade. Há essa tendência de que o final do inverno e início da primavera seja de muita umidade na região. “Não como foi em 2023, com inundações e enchentes, até porque o modelo climático era outro. Nessa época tínhamos um El Niño, e agora estamos em transição para uma La Niña”, explicou o agrometeorologista.

O alerta agroclimático aponta também que o tempo deve ficar mais seco no Sul do Brasil somente após dezembro deste ano. Esse modelo também pode atingir o Paraguai e o extremo sul do Mato Grosso do Sul, além dos três estados da região brasileira.

Pedro Carneiro (pedro.carneiro@safras.com.br) / Safras News

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