NY e dólar operam em direções opostas e devem limitar negócios de café no Brasil

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Porto Alegre, 16 de agosto de 2024 – O mercado físico brasileiro de café deve ter uma sexta-feira de maior cautela nos negócios. A Bolsa de Nova York (ICE Futures US) estende os ganhos de ontem, ainda avaliando os possíveis efeitos do frio no desenvolvimento dos cafezais brasileiros. O dólar, contudo, opera em baixa frente ao real, o que deve limitar grandes negócios voltados ao cenário internacional.

Ontem (15), o mercado brasileiro de café teve preços mais altos, novamente acompanhando os ganhos do arábica na Bolsa de Nova York e do robusta em Londres. A movimentação de negócios foi limitada, entretanto, envolvendo lotes pequenos. A alta não atraiu muitos vendedores no arábica, segundo a Safras Consultoria, porque o comprador segue retraído e não chega nas bases de venda.

No Espírito Santo, no conilon, segundo a Safras Consultoria, é perceptível que o comprador não está acompanhando bem a alta na Bolsa de Londres.

No sul de Minas Gerais, o café arábica bebida boa com 15% de catação ficou em R$ 1.405,00/1.410,00 (compra/venda) a saca, ante R$ 1.385,00/1.390,00 no dia anterior. No cerrado mineiro, arábica bebida dura com 15% de catação teve preço de R$ 1.415,00/1.420,00, contra R$ 1.400,00/1.405,00 anteriormente.

O café arábica “rio” tipo 7 na Zona da Mata de Minas Gerais, com 20% de catação, teve preço de R$ 1.195,00/1.200,00 a saca, ante R$ 1.185,00/1.190,00 de ontem.

O conilon tipo 7 em Vitória, Espírito Santo, ficou em R$ 1.305,00/1.310,00 a saca (contra R$ 1.295,00/1.300,00 anteriormente) e o 7/8 em R$ 1.300,00/1.305,00 (ante R$ 1.290,00/1.295,00 anteriormente).

COLHEITA DE CAFÉ

O clima seco tem sido um fator favorável, permitindo um rápido progresso nos trabalhos de colheita de café no Brasil. Segundo o acompanhamento semanal de Safras & Mercado, até o dia 13 de agosto, a colheita chegava a 96%, com um avanço de 4 pontos percentuais em relação à semana anterior. Este ritmo é mais acelerado do que no mesmo período do ano passado, quando 91% da colheita havia sido realizada, e está acima da média dos últimos 5 anos, que é de aproximadamente 93%.

Segundo a Safras Consultoria, a colheita do conilon está quase concluída, faltando apenas alguns repasses finais. Por outro lado, a colheita do arábica atingiu 94% da produção, indicando que também está entrando em sua fase final. No mesmo período do ano anterior, 87% da produção havia sido colhida, enquanto a média de cinco anos é de cerca de 89%.

NOVA YORK

* Os contratos com entrega em dezembro/24 registram alta de 0,14% na Bolsa de Mercadorias de Nova York (ICE), ou 0,35 centavos, cotados a 238,40 centavos de dólar por libra-peso.

* A posição dezembro fechou a 238,05 centavos, valorização de 3,40 centavos, ou de 1,4%.

CÂMBIO

* O dólar comercial opera com baixa de 0,26%, cotado a R$ 5,4675. O dollar index (DXY) tem baixa de 0,22% a 102,75 pontos.

INDICADORES FINANCEIROS

* As principais bolsas da Ásia fecharam em alta. Xangai, +0,07%. Em Tóquio, +3,64%.

* As principais bolsas na Europa operam mistas. Paris, +0,13%; Frankfurt, +0,52%; e Londres, -0,55%.

* O petróleo registra cotações em baixa. O WTI para setembro recua 2,44% a US$ 76,30 o barril.

AGENDA

– Dados de evolução das lavouras do Mato Grosso – IMEA, 16h.

Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Safras News

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