Porto Alegre, 21 de julho de 2025 – As condições climáticas desta semana continuam favorecendo diversas culturas agrícolas no Brasil, especialmente no Centro-Sul do país, conforme aponta o alerta agroclimático da Rural Clima. A presença de uma massa de ar polar tem mantido as temperaturas mais baixas, o que, segundo o agrometeorologista Marco Antonio dos Santos, tem impactado positivamente algumas lavouras, mas também traz entraves pontuais para a colheita.
“No caso do algodão, essas temperaturas mais baixas têm ajudado na abertura dos capulhos e até mesmo na maturação”, explicou. Para o milho, porém, a combinação de frio e umidade tem atrasado o processo de colheita em algumas regiões. “A secagem do grão naturalmente no campo tem dificultado o rápido avanço da colheita em muitas localidades do Centro-Sul do Brasil”, avaliou Santos.
Já para culturas como a cana-de-açúcar e o café, o cenário é considerado ideal. “A condição está extremamente favorável, muito boa até para a secagem do café”, afirmou. A previsão é que essa massa de ar polar persista até o final da semana, quando uma nova frente fria poderá avançar sobre o Centro-Sul, com potencial para chuvas irregulares em áreas da região Sul, São Paulo, Rio de Janeiro e sul de Minas Gerais.
Apesar disso, o interior do Nordeste, grande parte do Centro-Oeste e o Matopiba devem permanecer sob tempo seco. “Chove também em toda a faixa litorânea do Nordeste, o que é normal para essa época do ano”, comentou o agrometeorologista. No extremo norte da região Norte, há previsão de pancadas, especialmente no litoral.
A próxima semana deve começar com uma frente fria mais robusta, com chuvas abrangentes e em bons volumes sobre a região Sul. “Dificilmente essa frente chega às regiões Sudeste e Centro-Oeste. Pode chover no Mato Grosso do Sul e em algumas áreas do sul e leste de São Paulo, mas dificilmente no interior”, disse Santos.
Essa nova frente fria também impede a entrada de uma massa de ar polar de forte intensidade que vinha sendo prevista anteriormente. “O frio vai se manter, mas nada que traga prejuízos à safra”, destacou o especialista. “Dificilmente teremos geadas como estava sendo previsto há uma semana.”
Com o cenário climático relativamente estável no Brasil, o agrometeorologista aproveitou para comentar as condições nos Estados Unidos, onde as previsões indicam um padrão climático sem grandes extremos nas próximas semanas. “Há previsões de chuvas, um pouco mais irregulares nesse momento, mas há sim chuvas quase que diárias em vários pontos do Meio-Oeste americano.”
Mesmo com a expectativa de calor intenso no final de julho e início de agosto, ele descartou riscos significativos para a produção agrícola norte-americana. Há bastante umidade no solo e, então mesmo com as ondas fortes de calor, isso não traz problema para a safra. Segundo ele, a planta ama o calor associado a umidade. O cenário deve ser oposto de estresse hídrico, que poderia causar prejuízos. “A tendência é de chuvas dentro de uma normalidade. Está em pleno verão, então é esperado muito calor.”
Santos concluiu afirmando que, apesar da expectativa de uma breve pausa nas chuvas nos Estados Unidos no início de agosto, a precipitação deve retornar logo em seguida. “Uma semana de tempo seco é formidável para a realização dos tratos culturais. O mercado pode até reagir a essa previsão, mas não há risco de quebra de safra. Pelo contrário, a safra vai ser muito boa este ano”, destacou.
Pedro Diniz Carneiro – pedro.carneiro@safras.com.br (Safras News)
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